Miguel Gonçalves, da Sociedade Planetária fala num dia triste, mas numa tragédia anunciada.
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O radiotelescópio mais famoso do mundo, no Observatório de Arecibo, colapsou na manhã de terça-feira. Criado há quase seis décadas, o telescópio, nas colinas de Porto Rico, tinha sido desligado na semana passada devido a riscos na estrutura.
Com 305 metros e um suporte de 900 toneladas, suspensas sobre a parabólica, o telescópio permitia o estudo de ondas rádio e estava a cargo dos Estados Unidos.
Este é o fim de uma história de sucesso, na astronomia. Em declarações à TSF, Miguel Gonçalves, da Sociedade Planetária fala num dia triste, mas numa tragédia anunciada.
"É num tom fúnebre quando falamos no fim de uma estrutura que é icónica para a ciência. Foram 57 anos de descobertas absolutamente extraordinárias. Durante muitos anos foi o maior radiotelescópio do mundo, no sentido de ser uma estrutura única", lembra.
O telescópio de Arecibo foi superado, há poucos anos, por uma estrutura na China.
Miguel Gonçalves diz que a estrutura não é substituível, "tendo em conta os estragos". Esta é, igualmente, uma perda relevante para a economia local.
"Não estamos habituados a olhar para estruturas científicas como alavanca para a economia local, mas isso também aconteceu. A estrutura inspirava jovens em idade escolar para o fascínio da ciência e a economia local tirava proveito daquela instalação."
A Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos (NSF, na sigla em inglês) refere, no entanto, que o objetivo é restaurar a estrutura, "para continuar a apoiar a comunidade científica e Porto Rico".
A NSF salienta que não existem feridos a registar, apesar do forte impacto do colapso.
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