Num comunicado divulgado em alguns jornais bascos, a organização separatista basca admite responsabilidade direta na dor do povo basco nas últimas décadas.
Corpo do artigo
Com o fim anunciado para a primeira semana de maio, a organização separatista ETA publica um pedido de desculpas, em que reconhece os danos causados durante décadas na sociedade basca.
"O nosso povo sofreu muito: mortos, feridos, torturados, sequestrados ou pessoas forçadas a fugir para o estrangeiro. Um sofrimento desmedido. A ETA reconhece a responsabilidade direta que teve nessa dor", lê-se no comunicado.
Na declaração, divulgada nos jornais Gara e Berria, a organização reconhece que provocou "muitos danos que não têm solução" e pede "sinceras desculpas" às vítimas diretas e indiretas, "que não tiveram culpa nenhuma".
"Oxalá nada disto tivesse acontecido, oxalá a liberdade e a paz se tivessem enraizado no País Basco há muito tempo".
A organização lembra que é preciso encarar os factos, sem esconder nada. "Ninguém pode mudar o passado, mas o pior que se podia fazer agora seria tentar desfigurá-lo ou esconder certos episódios. Reconhecemos a responsabilidade que tivemos e os danos causados. Apesar de não termos o mesmo ponto de vista ou os mesmos sentimentos, todos devemos reconhecer, com respeito, o sofrimento dos outros. É isso que a ETA quer expressar".
O comunicado termina com um olhar para o futuro, com a ETA a assumir a missão da reconciliação. "É um exercício necessário para conhecer a verdade de forma construtiva, fechar feridas e garantir que este sofrimento não volta a acontecer. Criando uma solução democrática para o conflito político será possível construir a paz e alcançar a liberdade no País Basco". Para finalmente apagar as chamas de Guernica".
A organização separatista basca ETA vai anunciar a dissolução a 5 de maio, durante uma cerimónia marcada para Bayonne, no País Basco francês.