Rotas marítimas no Médio Oriente são cruciais para o fornecimento global de petróleo.
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O Governo norte-americano está a alertar os navios que utilizam as rotas marítimas no Médio Oriente, cruciais para o fornecimento global de petróleo, de que existe a "possibilidade de ação iraniana contra os interesses marítimos dos EUA" na região.
A Administração Marítima dos Estados Unidos emitiu esta terça-feira o alerta, citando as ameaças crescentes depois da morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira.
Os petroleiros já foram alvo de ataques nesta região no ano passado e os norte-americanos atribuíram estes ataques ao Irão.
Teerão negou a responsabilidade nestes ataques, apesar de ter arrestado navios-tanque à volta do estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, via pela qual 20% do petróleo mundial é transportado.
Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdad, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas --- Rússia, França, Reino Unido, China e EUA --- mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.