O fundador do WikiLeaks está sob custódia britânica desde 2019.
Corpo do artigo
O Governo dos Estados Unidos da América ganharam esta sexta-feira um recurso apresentado contra uma decisão do tribunal favorável a Londres que tinha bloqueado a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
Washington desafiou uma decisão tomada em janeiro que assegurava que Julian Assange estaria em risco de suicídio, caso fosse transferido para o sistema judicial norte-americano. Os Estados Unidos querem que fundador do WikiLeaks seja julgado pela divulgação de documentos militares secretos relativos às guerras dos EUA no Afeganistão e no Iraque.
Os advogados norte-americanos consideraram em outubro que o juiz original não tinha dado peso suficiente a outros testemunhos de especialistas sobre o estado mental de Assange. Garantiram também que o australiano seria tratado de forma apropriada e não seria enviado para o isolamento num estabelecimento prisional de segurança máxima.
Os dois juízes do recurso aceitaram as promessas norte-americanas. "Essa conclusão é suficiente para decidir o recurso a favor dos EUA", declararam. O caso vai agora voltar de novo para o tribunal para ser julgado outra vez. A parceira de Assange, Stella Moris, disse que irá "recorrer desta decisão o mais cedo possível".
O longo caso tornou-se uma causa ligada à liberdade de expressão, com os apoiantes de Assange a argumentar que o WikiLeaks tem os mesmos direitos que outros meios de comunicação para publicar material secreto pelo bem do interese público. Os apoiantes de Assange juntaram-se no exterior do tribunal a pedir a libertação imediata do fundador do WikiLeaks.
Assange está acusado de 18 crimes nos Estados Unidos por revelar 500 mil ficheiros secretos sobre os conflitos no Afeganistão e no Iraque. O fundador do WikiLeaks está detido desde 2019, depois de ter estado durante sete anos na embaixada do Equador em Londres.