O secretário interino da Defesa norte-americano assegurou que o país não quer uma Guerra com o Irão.
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O secretário interino da Defesa dos EUA, Mark Esper, assegurou esta quinta-feira à NATO que o seu país não procura uma guerra com o Irão e pediu apoio aos aliados para garantir liberdade de navegação no estreito de Ormuz.
Esper disse que os Estados Unidos fornecerão mais pormenores sobre a ameaça iraniana, na esperança de envolver a NATO num esforço comum para deter as intenções bélicas do Irão, no momento em que sobe de tom a tensão no Médio Oriente, com os EUA a culparem os iranianos por ataques a petroleiros e a um 'drone' (aparelho aéreo não-tripulado) norte-americano.
Contudo, os aliados dos norte-americanos responderam com ceticismo e revelaram relutância a envolver-se em qualquer esforço militar para proteger a região do Golfo ou para atuar contra o Irão.
Para evitar uma escalada militar, ajudem-nos a manter a liberdade de navegação no estreito de Ormuz
"Para evitar uma escalada militar, ajudem-nos a manter a liberdade de navegação no estreito de Ormuz", disse Esper, numa conferência de Imprensa, em Bruxelas, após uma reunião de ministros da Defesa da NATO, onde encontrou dúvidas por parte de aliados relativamente aos riscos na região do Golfo.
Esper apelou aos aliados para terem uma atitude mais interventiva junto do Irão, apesar do tema não estar na agenda dos responsáveis governamentais nesta reunião em Bruxelas.
"A nossa estratégia é económica e diplomática. Não queremos um conflito com o Irão", explicou o secretário interino de Defesa norte-americano, acrescentando que esta posição moderada "não deve ser confundida com fraqueza".
Esper acredita que se os EUA tiverem o apoio dos seus aliados e da comunidade internacional, mais facilmente o Irão se conterá na sua atitude, que apelidou de "mau comportamento".
A nossa estratégia é económica e diplomática. Não queremos um conflito com o Irão
O governante norte-americano disse que se um "grupo de países com mentalidade semelhante" se unirem contra este comportamento, será mais fácil "implementar um estado de direito" na região.
Na segunda-feira, o representante especial dos EUA para o Irão, Brian Hook, já tinha defendido "novas iniciativas que reúnam países diferentes, países aliados que têm interesse na liberdade de navegação", para que se possa "aumentar a segurança marítima".
Hook insistiu em "redobrar os esforços", para além da Força Marítima Combinada que opera na região e que envolve mais de 30 países, para proteger a navegação comercial e lutar contra o tráfico de drogas ou armas.
Esper disse hoje que se comprometeu com os aliados a regressar com mais informação sobre a posição do Irão, de forma a obter uma posição assertiva comum na região.
A preocupação manifestada hoje por Esper, em Bruxelas, é a de que a situação no Golfo possa ficar "fora de controlo", se não forem tomas posições firmes por parte comunidade internacional, em tempo útil.
"O que pedimos é que condenem publicamente o comportamento do Irão", explicou o responsável norte-americano.