Os procuradores militares norte-americanos anunciaram hoje que vão pedir a pena de morte para o sargento Robert Bales, acusado de ter morto 16 aldeões afegãos em março durante uma incursão no Sul do Afeganistão.
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«O Governo vai requerer a pena de morte», declarou o tenente-coronel Gary Dangerfield, após o sargento, 39 anos, ter de novo comparecido esta semana perante um tribunal marcial.
O anúncio seguiu-se a uma audição prévia em novembro do militar, que enfrenta a acusação de homicídio premeditado e outras acusações no ataque a duas aldeias afegãs.
Os procuradores referiram que Bales saiu da sua base ao início da manhã de 11 de março, atacou uma aldeia, regressou à base e voltou a abandonar as instalações militares para atacar uma segunda localidade. Nas duas incursões solitárias foram mortas 16 pessoas, incluindo nove crianças.
Ainda não foi estabelecida uma data para o início do julgamento, que vai decorrer na base Lewis-McChord, a sul de Seattle.
John Henry Browne, o advogado civil do acusado, disse à agência noticiosa AP que se encontrou na semana passada com responsáveis militares para referir que Bales não deverá enfrentar a possibilidade de pena de morte pelo facto ter cumprido a sua quarta missão numa zona de guerra.
Diversos especialistas também têm sugerido que um aspeto decisivo do julgamento consiste em determinar se Bales, que esteve colocado no Iraque e Afeganistão, sofre de «desordem pós-traumática», um fator que poderá ser considerado uma «atenuante» para os seus atos.