Os Estados Unidos consideram um "erro fundamental" os ataques aéreos russos na Síria. Putin garante apoio ao exército de Damasco a uma iniciativa de larga escala contra o Estado Islâmico.
Corpo do artigo
O secretário norte-americano da Defesa , Ashton Carter, garantiu que os Estados Unidos não apoiam Moscovo nos ataques aéreos da Rússia na Síria.
"Já disse que pensamos que a Rússia tem uma má estratégia. Eles continuam a bombardear alvos que não são do EI (grupo radical Estado Islâmico). Pensamos que é um erro fundamental", declarou Carter em Roma.
"Apesar do que dizem os russos, não aceitámos cooperar com a Rússia enquanto eles prosseguirem a sua estratégia errada e bombardearem esses alvos", adiantou durante uma conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga italiana, Roberta Pinotti.
O Ministério da Defesa russo afirmou hoje ter respondido a uma iniciativa do Pentágono para coordenar os ataques aéreos contra o EI na Síria.
"No geral, as propostas podem ser implementadas", considerou o porta-voz do ministério, o general Igor Konashenkov, citado pelas agências russas, precisando que responsáveis russos e norte-americanos estavam a discutir hoje os pormenores técnicos.
Carter declarou que o que está a ser discutido são "técnicas de base sobre procedimentos profissionais de segurança para os pilotos (norte-americanos) que sobrevoam a Síria".
"É tudo", insistiu, adiantando, no entanto: "vamos manter a linha aberta porque é uma questão de segurança para os nossos pilotos".
Putin apoia Damasco
Esta 3ª feira, o exército sírio lançou uma operação terrestre de larga escala na província de Hama, na região centro da Síria, iniciativa que teve o apoio da aviação russa, segundo uma fonte militar do regime de Damasco.
Momentos antes, o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha dito em Moscovo que a força aérea russa ia apoiar o exército de Damasco na ofensiva terrestre contra o Estado Islâmico.
As próximas operações militares russas na Síria "vão ser sincronizadas com as operações terrestres do exército sírio, e a força aérea russa vai apoiar de forma eficaz a ofensiva do exército sírio", disse Putin, durante um encontro com o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, que foi transmitido pela televisão russa.
No mesmo encontro, Vladimir Putin referiu que a Rússia atingiu um total de 112 alvos desde o início da sua intervenção militar no território sírio, a 30 de setembro, saudando ainda a intensificação dos ataques.
Desde que a aviação russa iniciou na semana passada os bombardeamentos em território sírio, Moscovo tem insistido que as suas ações são dirigidas contra todas as organizações terroristas que operam na Síria e não apenas contra os 'jihadistas', que controlam vastas áreas no leste e na zona norte do território sírio.
Várias vozes internacionais afirmam que os ataques russos não estão apenas a atingir posições dos 'jihadistas', mas também estão a visar alvos civis e a oposição moderada que luta contra o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.