O Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano assinaram "um importante e detalhado documento", segundo Trump, e que permitirá ao "mundo ver uma grande mudança", sublinhou Kim Jong-un.
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No final da cimeira, o Presidente dos Estados Unidos anunciou uma conferência de imprensa para as próximas horas para pormenorizar o conteúdo do documento assinado pelos dois líderes que tiveram um discurso final marcado pela sintonia: "ambas as partes vão ficar muito impressionados com os resultados", destacaram.
Kim Jong-un classificou a cimeira como "um encontro e um documento histórico", garantindo que "o mundo verá uma grande mudança".
Já Donald Trump assegurou que "a relação com a Coreia do Norte e a península coreana vai melhorar".
No documento assinado pelos dois líderes, Donald Trump e Kim Jong-un comprometem-se a trabalhar estabelecer a "paz e a prosperidade" nos dois países, unindo "esforços para construir um regime pacífico estável na Península da Coreia".
Kim Jong-un assumiu o compromisso de "trabalhar para a total desnuclearização do país", e, em contrapartida, os Estados Unidos terão de garantir a segurança da Coreia do Norte.
Ambos os países terão também de repatriar os corpos dos prisioneiros de guerra identificados.
A cimeira histórica entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte realizou-se esta madrugada, em Singapura, e começou com um simbólico aperto de mão entre Donald Trump e Kim Jong-un.
"O Presidente Trump e o Líder Kim Jong Un conduziram uma troca de opiniões abrangente, profunda e sincera em relação ao estabelecimento de novas relações entre os Estados Unidos e a República Popular Democrática da Coreia e à construção de um regime de paz robusto e duradouro na Península da Coreia", lê-se no documento.
"Reconhecendo que a Cimeira Estados Unidos-Coreia do Norte - a primeira na História - foi um evento histórico de grande significado, ultrapassando décadas de tensões e hostilidades entre os dois países, e para a abertura de um novo futuro, o Presidente Trump e o Líder Kim Jong Un comprometem-se a implementar na totalidade e de forma expedita o que ficou estipulado", continua.
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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e um oficial de relevo da República Popular Democrática da Coreia ficaram encarregues de prosseguir com as negociações entre os dois países, o mais cedo possível, para pôr em prática o que ficou acordado nesta cimeira.
Este foi o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Esta reunião ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.
A cimeira começou pouco depois das 9h00 de terça-feira (2h00 em Lisboa), num hotel em Singapura, após uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.