Europa: «A verdade é que ainda não saímos da crise», diz Barroso

Com um apelo dirigido aos líderes europeus para que seja alcando um acordo sobre a próxima geração de fundos comunitários, Durão Barroso entende que é preciso continuar a reformar a Europa e os Estados.

«A verdade é que ainda não saímos da crise. Como podemos dizer que saímos da crise com estes níveis de recessão e com este nível intolerável de desemprego em muitos dos nossos países. É por isso que devemos continuar com as reformas - no plano nacional e também aprofundar as reformas no plano europeu», alerta.

Para combater a recessão e o desemprego, Durão Barroso avisa que a União Europeia dispõe apenas de um único instrumento: o orçamento comunitário de longo prazo.

«É por isso que apelo aos chefes de Estado e de governo que se reúnem esta semana em Bruxelas para que alcancem um compromisso que esteja à altura da ambição que temos para a Europa. Que nos permita apoiar todas as reformas para a competitividade, que nos permita apoiar a agenda europeia - a agenda vinte vinte», adianta.

Durão Barroso falava após a intervenção do presidente francês. Perante os eurodeputados, sem nunca referir o Reino Unido, François Hollande defendeu uma nova arquitectura para União Europeia, que seja mais rápida nas decisões, afirmando no entanto que não está a falar de uma Europa a duas velocidades, mas sim de uma União diferenciada.

«Não se trata de uma Europa "à la carte". Uma Europa diferenciada é uma Europa onde os Estados - não os mesmos de sempre - possa, decidir fazer avanços, iniciar projectos novos, de promoverem o investimento, de harmonizarem as nossas políticas. São esses esforços que permitem passar as fronteiras com Schengen, criar uma nova moeda com o euro, de garantir as taxas sobre as transacções financeiras», explicou.

François Hollande e Durão Barroso a lançarem pistas para o debate sobre a próxima geração de fundos comunitários de 2014 a 2020.