A opinião é do vice-presidente do BCE. Numa entrevista à agência Reuters, Vítor Constâncio diz que só a Imigração, acompanhada de políticas de incentivo à natalidade, pode garantir alguns níveis de crescimento.
Corpo do artigo
Durante anos, a Europa tem vindo a cometer um suicidio demográfico. A população está envelhecida e há cada vez menos mão de obra. O desemprego está a criar instabilidade no velho continente e é precisamente o medo do desemprego que está a pôr em causa os valores europeus.
O vice-presidente da instituição central da política monetária da União Europeia sublinhou que este é um problema "muito grave" porque a Europa tem feito "uma espécie de suicídio demográfico coletivo, sem que ninguém esteja a pensar nisto".
"No curto prazo, as reações contra a imigração têm sido dramáticas", opinou, relacionando esta rejeição com a elevada taxa de desemprego na Europa (11%) "que está a desestabilizar o continente".
Depois do diagnóstico, Vítor Constâncio aponta o caminho, nesta entrevista à agência Reuters.
O vice-presidente do BCE avisa que o Banco Central Europeu está a fazer tudo o que pode. Vítor Constâncio admite mesmo cunhar mais moeda mas, sublinha há expectativas demasiado elevadas sobre o que podem fazer os bancos centrais.
Vítor Constâncio admite que, nesta altura, o potencial de crescimento da economia europeia é fraco. O problema é muito sério e não se resolve apenas com mais bebés, diz Constâncio.
"A idade ativa da população da zona euro vai declinar 0,6% ao ano até 2030, o que é gigantesco. Para alterar a tendência demográfica não basta a promoção da natalidade, tem de acontecer também através da imigração", afirmou.
O vice-presidente defende que a Europa precisa de imigrantes, para fazer crescer a economia. Sem esses imigrantes, alerta, estará criada uma grande dificuldade para o crescimento e bem-estar das futuras gerações na Europa.