A União Europeia(UE) deverá aprovar segunda-feira o levantamento parcial do embargo petrolífero à Síria para possibilitar à oposição a compra de crude, numa tentativa de aumentar a capacidade financeira e apoiar a população.
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A medida, já acordada entre os 27, será aprovada sem debate no encontro mensal dos ministros dos Negócios Estrangeiros, que decorre no Luxemburgo.
O embargo petrolífero imposto ao regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, mantém-se em vigor, mas a medida a aprovar permitirá aos estados membros autorizar exceções e comprar petróleo sancionado pelo Conselho Nacional Sírio.
Fontes comunitárias, citadas pela agência noticiosa EFE, adiantam que se tratará de um procedimento «caso a caso», que tem como objetivo «ajudar a população civil a reconstruir o país e evitará sempre beneficiar o Governo».
A UE levantará ainda as restrições impostas à venda de equipamento para a indústria do petróleo e do gás e aos investimentos neste setor.
A oposição na Síria controla várias jazidas de petróleo, situadas sobretudo no norte e este do país.
Segundo uma fonte diplomática, é difícil saber que quantidades e como o crude poderá ser exportado da Síria, dadas as condições de segurança no país, que vive há mais de dois anos uma guerra civil que matou já mais de 70 mil pessoas.
O embargo europeu à indústria petrolífera síria está em vigor desde 2011, quando se considerou que esta seria a melhor forma de estrangular economicamente Damasco e facilitar a transição democrática no país.
Antes da guerra, o petróleo era um dos suportes da economia da Síria, que vendia 95 por cento do seu crude à Europa.
A UE reconhece que algumas das medidas tomadas contra o presidente sírio Bashar Al-Assad acabaram por dificultar a situação dos civis, que por diversas vezes pediram o levantamento de algumas sanções.
Paralelamente, os países europeus continuam a discutir a possibilidade de autorizar a venda de armas ao Conselho Nacional Sírio.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius, voltou a defender esta semana a necessidade de armar os rebeldes, mas o movimento pela venda de armas, impulsionado pela França e pelo Reino Unido, não colhe grandes apoios no seio da UE.
O tema voltará a estar em cima da mesa no Luxemburgo, mas uma decisão sobre o caso só deverá ser tomada em finais de maio, nas vésperas da data limite para a renovação do regime de sanções à Síria, a 01 de junho.