O túnel ferroviário sob o Canal da Mancha já reabriu após uma interrupção do tráfego de várias horas devido a um protesto laboral no porto de Calais, França. Formaram-se filas de vários quilómetros e imigrantes ilegais tentaram aproveitar a confusão.
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O Eurotúnel indicou que a circulação dos comboios foi restabelecida ao fim de três horas de corte, assim que foram retirados do local os funcionários da empresa MyFerryLink, que tinham entrado nas suas instalações para incendiar pneus nas vias de acesso ao túnel. No entanto, os comboios de passageiros Eurostar que ligam Paris e Bruxelas a Londres não voltam a circular hoje, só na quarta-feira.
A maioria dos trabalhadores da MyFerryLink que decidiu manifestar-se veio para bloquear a autoestrada que dá acesso às instalações portuárias de Calais, o que provocou filas de centenas de camiões que não puderam embarcar para fazer a travessia.
Alguns dos imigrantes indocumentados que se encontram nas centenas de acampamentos selvagens dos arredores da cidade e, sobretudo, em volta do porto, aproveitaram a presença dos camiões retidos para tentar entrar nalguns deles, com a esperança de, uma vez lá dentro, conseguirem entrar no Reino Unido.
Pedro Polónio da direção do Grupo Pantiter, proprietário de quatro camiões, contou à TSF que os motoristas foram obrigados a expulsar clandestinos que tentavam sair de França e entrar em Inglaterra.
Os trabalhadores da MyFerryLink protestavam contra a venda pelo Eurotúnel de dois dos três ferries daquela filial a um dos seus concorrentes, o grupo dinamarquês DFDS. A cooperativa Scop, que explora os barcos da MyFerryLink, propriedade do Eurotúnel, e que tem uma fábrica com cerca de 600 empregados, está sob controlo judicial desde há 12 dias.
O Eurotúnel decidiu no início deste mês ceder dois dos seus barcos à DFDS, perante os obstáculos que lhe foram colocados pela Autoridade da Concorrência britânica para poder explorá-los. Os marinheiros da Scop consideram que esta decisão condena uma boa parte dos seus empregos.