Os 27 Chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se hoje, em Bruxelas, para fechar negociações sobre o combate à fraude e evasão fiscal e debater as redes transeuropeias de energia.
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Além destes temas, a mini-cimeira deverá ficar marcada por um assunto de última hora que pode vir a mudar a posição da União Europeia (UE) em relação ao regime sírio.
O tema foi colocado na agenda a pedido do Reino Unido, que defende uma alteração do regime europeu de embargo de armas em relação à Síria.
De acordo com fontes europeias contactadas pela TSF, França e Inglaterra defendem que os países europeus possam entregar material bélico às correntes mais moderadas da oposição ao regime de Assad.
No entanto, há vários Estados membros que se opõem à posição defendida por Londres e por Paris, por considerarem que a entrega de armas à oposição síria vai conduzir a uma escalada do conflito, além de pôr em causa a negociação política.
Outros países consideram ainda que é muito difícil distinguir os destinatários do armamento e dar garantias que será entregue às correntes moderadas da oposição e que não vai parar às mãos de radicais. Por isso, estão contra a proposta do Reino Unido.
Fonte ligada às conversações adiantou que a posição de Portugal tem sido de grande prudência em relação a este ponto da agenda.
Por um lado, o governo português manifesta compreensão por pelas intenções do Reino Unido na defesa do levantamento do embargo. Mas considera que a aposta na via política não deve ser abandonada.
Fontes europeias consideram que as diferença de pontos de vista, numa matéria em que é necessária unanimidade, fará com que o tema colocado no debate seja inconclusivo.
Num encontro com um formato bem diferente das "maratonas" que marcaram anteriores cimeiras - a reunião de hoje tem início previsto para as 13h00 locais e final agendado para as 17h00 (menos uma hora em Lisboa) -, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho deverá defender, nos dois grandes assuntos que dominam a agenda do Conselho, a importância, para Portugal, das interconexões no transporte de energia e da dimensão europeia do combate à fraude e evasão fiscal, respetivamente.
Todavia, em qualquer dos domínios, e apesar de os líderes europeus sublinharem a sua importância nos esforços para superar a crise, não são esperadas decisões de vulto neste Conselho Europeu.