Ex-diretor acusa dezenas de políticos brasileiros de receberem subornos da Petrobras

Paulo Roberto da Costa
Direitos Reservados
Segundo a revista «Veja», Paulo Roberto Costa , antigo diretor da Petrobras, enumera três governadores seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais que terão recebido subornos milionários pagos pelas construtoras que ganharam concursos para trabalhar em projetos da Petrobras.
Corpo do artigo
Um ex-diretor da petrolífera estatal brasileira, em prisão preventiva por lavagem de dinheiro, apontou como cúmplices dezenas de importantes políticos, entre os quais Eduardo Campos, o candidato à presidência falecido no mês passado, adiantou hoje a imprensa.
A denúncia dos políticos, apresentada pela "Veja", foi realizada ao longo da última semana, supostamente pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, detido na prisão do Comissariado da Polícia Federal em Curitiba (no estado do Paraná, no sul do Brasil), em troca de uma redução de pena.
Costa está em regime de prisão preventiva e é acusado de lavagem de somas milionárias procedentes de corrupção na petrolífera.
Na lista de personalidades alegadamente citadas por Costa figuram o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, além de cinco outros legisladores.
Também aparecem mencionados ex-governadores de estados onde a Petrobras executou importantes obras nos últimos anos, como no Rio de Janeiro (Sérgio Cabral), no Maranhão (Roseana Sarney) e Pernamburco (Eduardo Campos).
Campos era o candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para as eleições presidenciais do próximo 05 de outubro, mas faleceu num acidente aéreo a 13 de agosto passado e foi substituído por Marina Silva, que agora lidera as intenções de voto.
O antigo diretor da Petrobras citou, de acordo com a "Veja", pelo menos 25 deputados e seis senadores do Partido dos Trabalhadores (PT), da presidente Dilma Rousseff, do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-governo) e do Partido Progressista (PP, na oposição).
O jornal "Folha de São Paulo", sem mencionar os nomes envolvidos, informou na sexta-feira que Costa denunciou pelo menos 49 deputados e 12 senadores.
De acordo com a "Veja", o secretário das Finanças do PT, João Vaccari Neto, era o responsável por canalizar os fundos da rede de corrupção para os políticos do seu partido político.
A revista contactou os envolvidos e todos eles negaram ter recebido dinheiro de Paulo Roberto Costa.
Na sua declaração, Costa disse que teria sido cometida uma fraude para aumentar o preço de compra de uma refinaria nos Estados Unidos, um negócio que está a ser investigado pelo Ministério Público por supostas irregularidades, para justificar a rede de subornos. De acordo com a "Veja", o interrogatório a Costa já ultrapassa as 42 horas de gravações desde o dia 29 de agosto.