Goran Saric foi acusado hoje do genocídio cometido em 1995 em Srebrenica, depois de já ter sido condenado, na quarta-feira, a 14 anos de prisão por crimes de guerra em Sarajevo, indicou fonte judicial.
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«Na qualidade de comandante da brigada da polícia especial do Ministério do Interior dos sérvios da Bósnia (...) Goran Saric ajudou outros membros de um grupo criminoso a cometer o genocídio em Srebrenica», disse, num comunicado, o procurador do tribunal bósnio que julga o antigo general da polícia sérvia da Bósnia-
A mesma fonte refere que as unidades sob o comando de Goran Saric, de 48 anos, participaram no deslocamento forçado da população muçulmana de Srebrenica (leste), no desarmamento de capacetes azuis das Nações Unidas, tomando as suas posições, e na separação de homens e adolescentes do resto da população diante de uma base da ONU, antes serem executados.
Estas unidades participaram igualmente nas prisões de vários milhares de homens e adolescentes muçulmanos que tentaram fugir para as florestas, que acabaram também executados, segundo o procurador.
A 11 de julho de 1995, alguns meses antes do final do conflito na Bósnia (1992-1995), as tropas sérvias da Bósnia tomaram o controlo de Srebrenica, cidade muçulmana proclamada em 1993 como uma "zona protegida" da ONU.
Cerca de oito mil homens e adolescentes foram mortos num espaço de poucos dias, num massacre qualificado como genocídio pela justiça internacional.
Goran Saric, general da polícia na reforma, foi condenado na quarta-feira pela justiça bósnia a 14 anos de prisão por crimes contra a humanidade, cometidos contra civis muçulmanos em Sarajevo no início do conflito. Na altura comandava uma esquadra de polícia.
A guerra da Bósnia fez cerca de 100 mil mortos e cerca de dois milhões de refugiados e deslocados do país, que hoje conta com 3,8 milhões de habitantes.