Mohamed Ould Abdel Aziz é suspeito de má gestão e enriquecimento ilícito, f
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O ex-presidente mauritano Mohamed Ould Abdel Aziz, suspeito de má gestão e enriquecimento ilícito, foi libertado esta segunda-feira de madrugada, após uma semana de interrogatórios, sem ter sido acusado, mas proibido de sair da capital, anunciou o seu advogado.
O antigo chefe de Estado, no poder entre 2008 e 2019, foi libertado cerca da 01h30 (02h30 em Lisboa) e conduzido a casa, disse o advogado, Taghioullah Aida.
"Não foi acusado, mas o seu passaporte, que foi apreendido quando o detiveram, não lhe foi devolvido", disse, acrescentando que Ould Abdel Aziz está "proibido de sair de Nouakchott", a capital da Mauritânia.
O advogado disse ainda que o ex-presidente recusou responder a quaisquer perguntas por considerar que a polícia não tem competência para interrogar um antigo chefe de Estado.
"É ao Supremo Tribunal de Justiça que compete julgar um ex-presidente e apenas em caso de alta traição", disse o advogado.
O ex-presidente foi convocado pela polícia a 17 de agosto para se apresentar na Direção-Geral de Segurança Nacional para responder a "fortes indícios de má governação e desvio de fundos públicos", segundo avançou, na semana passada, fonte policial.
Mohamed Ould Abdel Aziz tomou o poder num golpe militar em 2008, vencendo depois as presidenciais de 2009 e de 2014.
O atual Presidente, Mohamed Ould Cheikh El-Ghazouani, foi seu chefe de gabinete e ministro da Defesa.
Uma comissão parlamentar foi encarregada em janeiro de investigar vários 'dossiers' da presidência de Ould Abdel Aziz e entregou o seu relatório à justiça no princípio de agosto.
Entre os 'dossiers' investigados figuram a gestão dos recursos petrolíferos, a venda de propriedades do Estado em Nouakchott, a liquidação de uma empresa pública de aprovisionamento alimentar e as atividades de uma empresa chinesa do setor das pescas, a Pully Hong Dong.
O ex-Presidente foi convocado pela comissão parlamentar no princípio de julho, mas ignorou a convocatória.