Kumba Ialá anunciou também que já não será candidato às próximas eleições presidenciais de 16 de março.
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O ex-presidente guineense, Kumba Ialá, renunciou hoje a política ativa, disse o próprio em conferência de imprensa sublinhando que «tudo na vida tem o seu tempo». Desta forma, Kumba Ialá já não será candidato às próximas eleições presidenciais de 16 de março.
«Agora que me despeço não da política, mas de disputas e mandatos de cargos eleitorais, realço que não é necessário, que não é preciso, ter cargos para exercer a cidadania ativa», observou.
O ex-presidente guineense disse ter tomado a decisão após consultar a família e os amigos.
Na conferência de imprensa, as palavras de Ialá foram recebidas com palmas de vários apoiantes que se fizeram presentes.
Ao abandonar a vida política ativa, Kumba Ialá diz que encerra uma etapa iniciada há mais de 20 anos, tendo fundado o Partido da Renovação Social (PRS) e alcançado a presidência da Guiné-Bissau, entre 2000 a 2003, de onde saiu através de um golpe de Estado militar.
Explicando as razões do abandono da vida política ativa, Kumba Ialá recorreu aos textos biblícos :«O rei Salomão dizia no velho testamento que há tempo para tudo na vida terrena de um homem. Há tempo para nascer e há tempo para morrer. Há tempo para odiar, tempo para amar, tempo para parar a Guerra», observou Ialá.
Sobre as próximas eleições gerais, Kumba Ialá afirmou que a sua decisão de não se apresentar à corrida «é irrevogável», por compreender que «os tempos são outros» e por ser também dar espaço à novas figuras.
Saudando as "grandes figuras" que ajudaram e inspiraram a Guiné-Bissau para a sua emancipação, Kumba Ialá referiu o nome do ex-presidente e falecido João Bernardo "Nino" Vieira e vários nomes de lideres africanos defuntos.
Ialá não se esqueceu também de "ilustres homens de Estado" de Portugal, nomeadamente Mário Soares, Alváro Cunhal e Francisco Sá Carneiro, ao saudar a contribuição dada por Portugal na sua formação enquanto estudante e democrata.