O ex-tesoureiro do PP não depositou até ao momento os 43 milhões de euros de fiança impostos pelo juiz Pablo Ruz no âmbito do Caso Gürtel, disse hoje à EFE o advogado de Luis Bárcenas.
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Jávier Gómez de Liaño, advogado do ex-tesoureiro do PP disse à agência espanhola que Bárcenas não pagou a fiança destinada a cobrir eventuais responsabilidades civis de delitos fiscais, branqueamento, falsificação de documentos, imposta no dia 05 de julho e cujo prazo limite de pagamento termina hoje à meia-noite.
Sendo assim, em caso de não ser efetuado o pagamento, o juiz pode iniciar um processo de embargo dos bens do ex-tesoureiro do PP, concedendo-lhe um novo prazo para que entregue uma lista dos bens que podem vir a ser embargados pela Justiça, no âmbito do Caso Gürtel (financiamento ilegal do Partido Popular de Valência).
Mesmo assim, a defesa de Bárcenas prevê apresentar ainda esta semana um novo apelo sobre a fiança, já que o primeiro apelo foi rejeitado pelo juiz.
O Caso Bárcenas, que envolve o alegado financiamento ilegal do Partido Popular, está a marcar a atualidade política espanhola, tendo atingido o primeiro-ministro Mariano Rajoy, que anunciou hoje estar disposto a pronunciar-se sobre o assunto no Parlamento, em finais de julho ou no princípio de agosto.
O ex-tesoureiro do PP espanhol, que se encontra detido, afirmou na semana passada, perante um juiz em Madrid, que em 2010 entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral, segundo a acusação.
As fontes, citadas pela agência EFE, indicaram que Luis Bárcenas disse ter feito as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal, que a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luis Bárcenas no escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação. Rajoy nega as alegações.