Depois de mais de 20 anos de recursos, um homem será executado esta quarta-feira nos Estados Unidos, mas uma organização de defesa dos direitos humanos pede que nenhum dos funcionários da penitenciária compareça ao trabalho.
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Há 20 anos no corredor da morte, Troy Davis, considerado pelos apoiantes como o protótipo do negro injustamente condenado à pena capital, deverá ser executado esta quarta-feira numa prisão da Geórgia por injecção letal.
Em Agosto de 1989, o polícia Mark MacPhail estava de guarda a uma casa de hamburgueres quando se deu uma zaragata no parque de estacionamento. Na confusão, o polícia levou um tiro mortal no coração sem ter sequer puxado da arma.
Um dos homens acusou Troy Davis na esquadra e, dois anos depois no tribunal, vários testemunhos apontaram o dedo ao negro Troy Davis, sendo que dois deles disseram mesmo que ele tinha confessado.
A arma do crime nunca apareceu e a acusação nunca conseguiu provar qualquer ligação, nem uma impressão digital ou um cabelo para amostra.
De apelo em apelo, o tribunal da Geórgia tem mantido a acusação baseada apenas em testemunhos, apesar de sete testemunhas da acusação terem alterado os depoimentos e existirem fortes suspeitas de que o branco que apontou o dedo para o negro Troy Davis tenha usado o mesmo indicador para puxar do gatilho para o polícia branco no parque de estacionamento.
Têm surgido apelos de todo o mundo contra a pena de morte. A União Europeia, a Amnistia Internacional, o antigo presidente Jimmy Carter e o papa Bento XVI já pediram para reduzir a sentença.
A poderosa organização norte-americana de defesa dos direitos civis ACLU salienta «a extrema injustiça que caracteriza o sistema de pena de morte».
Apenas a mãe do polícia está satisfeita e já disse à CNN que vai ser feita justiça.