A medida, que ainda terá de ser aprovada pelo Congresso, é tomada na sequência de uma onda de críticas devido às cenas de violência registadas durante o Carnaval.
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Depois de seis dias de folia no Carnaval, o Rio de Janeiro caiu na real. Uma reunião, que terminou esta madrugada, entre Michel Temer, presidente da República, Luiz Fernando Pezão, governador do estado do Rio, e outras autoridades decidiu que as forças armadas vão intervir na cidade para assegurar a ordem pública até ao final do ano. O decreto será assinado a qualquer momento em sessão solene.
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É a primeira vez desde a redemocratização do país, em 1985, após um regime militar de mais de 20 anos, que o exército intervêm desta forma - houve colaborações pontuais, em complexos de favelas cariocas, em visitas do Papa ou durante os Jogos Olímpicos mas sempre, com prazo curto.
Temer decidiu ainda criar um novo ministério, o 29.º do seu governo: o Ministério da Segurança Pública, que passará a cuidar de todas as polícias, esvaziando assim a anterior tutela, o Ministério da Justiça.
Causou estranheza a ausência de Marcelo Crivella, prefeito do Rio, durante a crise. O autarca, que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho de Edir Macedo, líder da denominação religiosa evangélica, passou o Carnaval na Europa supostamente a tratar de questões ligadas à segurança em agências internacionais do setor. Fontes dessas agências, porém, desmentiram o prefeito.
A intervenção militar surgiu depois de durante o Carnaval se terem verificado arrastões, assaltos nos blocos, roubos, saques a supermercados e a morte de três polícias por, admitiu o governador Pezão antes d epedir ajuda federal, "falta de preparação da polícia local".