As forças do presidente Bashar al-Assad são acusadas de terem lançado hoje ataques químicos com gás tóxico em várias zonas próximas da capital. Centenas de pessoas morreram.
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Fontes citadas pela agência Reuters avançam que foram lançados rockets com agentes químicos em Ain Tarma, Zamalka e Jobar, na região de Ghouta, perto de Damasco.
O número de vítimas varia conforme as fontes. A oposição síria fala em 650 mortos, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos refere pelo menos 500 vítimas.
Membros das equipas médicas que estão a assistir as vítimas disseram à Reuters que estas apresentam sintomas típicos de quem esteve exposto a um gás como o sarin, um agente neurotóxico que bloqueia a transmissão de impulsos nervosos e causa a morte por paragem cárdio-respiratória.
Fotografias divulgadas pela Reuters mostram dezenas de corpos , incluindo crianças, alinhados numa morgue improvisada nas instalações de um hospital.
A televisão estatal síria, que cita uma fonte do governo, nega o uso de armas químicas.
O ataque desta quarta-feira acontece após a chegada, no domingo, de uma equipa de inspetores das Nações Unidas que vai investigar as denúncias de uso de armas químicas. De acordo com a Reuters, o cientista sueco Ake Sellstrom, que lidera a equipa, quer investigar os relatos de uso de gás tóxico no ataque de hoje.
Entretanto, multiplicam-se as reações internacionais. O governo britânico vai levar o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. O ministro dos Negócios Estrangeiros, William Hague, confessou que está profundamente preocupado com as informações que tem recebido.
O secretário-geral da Liga Árabe fez um apelo ao inspetores da ONU que estão na Síria para que investiguem o ataque. O mesmo apelo foi já feito pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos a partir da sede, em Londres.