A explosão a bordo do avião comercial da companhia Daallo Airlines, forçado a fazer uma aterragem de emergência na terça-feira em Mogadíscio, foi causada por uma bomba, anunciou hoje o governo somaliano.
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"Investigações suplementares realizadas por peritos somalianos e internacionais confirmaram que a explosão ocorrida a bordo do avião da Daallo não foi causada por um problema técnico, mas por uma bomba", declarou Ali Ahmed Jama, ministro dos Transportes e da Aviação somali, em conferência de imprensa realizada em Mogadíscio.
"As forças de segurança detiveram suspeitos implicados" neste atentado, acrescentou.
A explosão, ocorrida cerca de 15 minutos depois de o avião ter levantado voo do aeroporto de Mogadíscio, deixou um buraco de cerca de um metro de diâmetro na fuselagem do A321 da transportadora Daallo, que opera a partir de Djibuti, sobretudo para a região do Corno de África e alguns países do Golfo Pérsico.
Um passageiro, Abdullah Abdisalam, oficialmente dado como desaparecido na quinta-feira, foi identificado na sexta-feira pelas autoridades somalianas. Abdullah Abdisalam morreu na explosão, tendo sido provavelmente sugado para fora do aparelho, disseram.
Dois passageiros ficaram ligeiramente feridos.
Inicialmente e sem esperar os resultados das investigações, o governo somali garantiu que uma avaria no sistema de pressurização da cabine tinha originado a explosão.
Mas o piloto, Vladimir Vodopivec, um sérvio de 64 anos, considerou que o buraco tinha sido causado por "uma bomba", de acordo com declarações citadas pelo diário sérvio Blic.
A explosão, precisou Vodopivec, não danificou o sistema de navegação, o que permitiu fazer aterrar o aparelho.
O aeroporto de Mogadíscio tem atualmente uma segurança reforçada, desde que se instalou, nas imediações, a principal base da força da União Africana na Somália (Amisom), com 22 mil soldados, essencial para ajudar o frágil Governo somaliano na luta contra as milícias islamitas radicais 'shebab', afiliadas da rede terrorista Al-Qaida.
Derrotadas e afastadas, desde meados de 2011, de Mogadíscio e, posteriormente, dos seus principais redutos, os 'shebab' efetuam operações de guerrilha e atentados suicidas contra alvos governamentais ou da Amisom.