Há uma ilha artificial na baía de Osaka, no Japão, chamada Yumeshima. É do tamanho de mais de 150 relevados de futebol, dedicada a três dimensões da vida: Salvar Vidas, Empoderar Vidas, Ligar Vidas. É este o local para a Expo Osaka 2025, dedicada à promoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
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Uma exposição mundial sob o tema “desenhar as sociedades do futuro para as nossas vidas”. A partir deste domingo, vai ser meio ano de exposição mundial, com 160 países e, estimativa inicial, esperam-se 28 milhões de visitantes. O Pavilhão de Portugal já foi visitado na pré-abertura, como conta a partir do Japão, a comissária da Expo Osaka, Joana Gomes Cardoso: “Nós registámos praticamente duas mil pessoas em quatro horas, portanto sentimos que há uma imensa curiosidade e recetividade pelo nosso pavilhão. Estamos nos últimos finalmente, também nós, agora para conseguir abrir ao público no dia 13 de abril."
Ricardo Arroja, presidente da AICEP e a participação portuguesa na Exposição Mundial: “Portugal, obviamente, faz um grande investimento na Exposição de Osaka e, para além de divulgar a cultura e a tradição portuguesa, o objectivo é também colher os resultados económicos que esta exposição pode produzir para Portugal. Portugal e o Japão têm uma relação bilateral já bastante estabelecida, naturalmente há potencial de crescimento dessa mesma relação”.
Para Arroja, “há um mar de oportunidades que Portugal e o Japão podem desenvolver em conjunto, numa altura em que Portugal está tão bem lançado para conciliar o que é tradição portuguesa, as áreas em que nós reconhecidamente sabemos fazer desde há muito tempo e a modernidade e a tecnologia e a ciência que Portugal também é capaz hoje de projetar para o mundo e que interessa, nomeadamente, a alguns destes países mais avançados, como são o Japão”.
Objetivo prioritário para Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal: “A Expo Osaka 2025 é de facto aqui uma oportunidade extraordinária para nós reforçarmos aquilo que é a notoriedade de Portugal no mercado japonês."
Uma relação que tem muito por onde crescer, na opinião de Rita Durão, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), atualmente no Japão: “É aquela sensação de associar Portugal a um passado histórico, de quando os portugueses visitaram o Japão, e não têm uma memória tão recente do que é Portugal, do que são os portugueses. E por isso é que eu acho que a Expo acaba por ser muito importante mesmo a nível de política externa portuguesa, até a nível de diplomacia pública, porque podemos, o que eu quero dizer com isto é: podemos atualizar as mentes dos japoneses para aquilo que Portugal é agora."
A quarta economia do mundo não estar nos primeiros 20 destinos das exportações portuguesas, não é sinal, no entender do presidente da Agência para a Internacionalização e Comércio Externo de Portugal (AICEP), de que a relação tenha sido negligenciada ao longo dos anos: “Efetivamente, Portugal tem um grande potencial de desenvolvimento da relação bilateral com o Japão, nas duas vertentes. Não quer dizer que a relação foi negligenciada, quer dizer que o comércio externo de Portugal, nomeadamente a internacionalização da economia portuguesa e também a atração de investimento direto estrangeiro estiveram durante muito tempo orientadas para o mercado da União Europeia (UE)."
Segundo Ricardo Arroja, "a verdade é que nos últimos 10 anos, indo diretamente ao encontro da sua pergunta, o que é que nós observamos? Observamos que o investimento direto estrangeiro em Portugal, de entidades japonesas, cresceu ao ritmo de 10% ao ano. O objetivo, naturalmente, é reforçar para que o Japão, em vez de estar ali à volta do 20º lugar em termos de principal investidor direto estrangeiro em Portugal, possa entrar no top 10 a médio prazo. Portugal, hoje em dia, tem condições ímpares para se estabelecer como uma base que combina o tradicional com o moderno”.
A Expo Osaka 2025 abre portas este domingo. Os bilhetes de entrada custam trinta euros e só podem ser comprados, mediante inscrição e reserva de data, através da internet.