O vento do lado de Espanha abrandou e a maioria dos bombeiros portugueses já pode voltar para casa.
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O incêndio na região ocidental espanhola da Extremadura, que mobiliza mais de 600 bombeiros espanhóis, já não representa um risco para Portugal. A frente de Cáceres foi dada como extinta e a maior parte dos bombeiros portugueses que estiveram no terreno, em auxílio aos bombeiros espanhóis, vai regressar a casa.
O comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, adiantou à TSF que três dezenas de bombeiros vão permanecer no terreno, vigilantes.
"Em Espanha, o incêndio continua ativo, nomeadamente onde atuam cerca de 600 operacionais espanhóis. A frente que estava virada a Portugal e que correspondia à zona de Cáceres foi intervencionada pelos meios portugueses. Está extinto. Os trabalhos foram dados por terminados e os meios que ficarão, ficarão de vigilância. No entanto, todos os restantes meios regressarão a Portugal. No terreno irão ficar cerca de 30 elementos, apoiados por cerca de dez veículos", explicou à TSF Pedro Araújo.
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No total, a área afetada mede entre 8 mil e 8500 hectares, mas, segundo a representante, vai demorar alguns dias até se poder traçar os contornos com mais precisão.
Perto de 700 habitantes foram retirados das suas casas e, por enquanto, não há planos para regressarem.
Embora o verão, que é a época do ano em que ocorrem os incêndios florestais, ainda não tenha chegado, Espanha já registou vários fogos. Foi o país mais atingido na Europa em 2022, com quase 500 incêndios que destruíram mais de 300 mil hectares, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
Sendo um país europeu na linha da frente das alterações climáticas, Espanha regista há vários anos um aumento das ondas de calor, com chuvas cada vez mais escassas e irregulares. O primeiro trimestre deste ano foi o mais seco desde que há registos, em 1961, segundo a Agência Meteorológica Nacional.
À acentuada falta de precipitação, juntou-se uma onda muito precoce de temperaturas extremas no final de abril, que atingiu um recorde absoluto para esse mês na Espanha continental (38,8ºC), um nível mais típico nos meses de julho ou agosto.
Por cá, a seca também vai ganhando terreno. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê, no entanto, chuva para a próxima madrugada. Será a partir das 3h da manhã. Primeiro nos distritos de Faro e Beja. Depois vai chegar a Évora.
A previsão é de aguaceiros, trovoada, vento e até queda de granizo.
"Um aviso emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera com o agravamento do tempo para o Sul de Portugal continental. Trata-se da emissão de um aviso amarelo de precipitação para os distritos de Faro, Beja e Évora com a ocorrência de precipitação, intensificar-se a partir das 3h da madrugada do dia 21 até cerca das 21h00 do mesmo dia. Vai ser caracterizado por aguaceiros que por vezes serão fortes, acompanhados de trovoada e de rajadas de vento forte. Poderá também ocorrer a queda de granizo", acrescentou o comandante.
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