O partido da extrema-direita francês Frente Nacional não conseguiu hoje conquistar nenhum departamento nas eleições locais no país, admitiu o número dois da formação política, Florian Philippot.
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«Está confirmado», declarou Philippot, inquirido pela agência de notícias francesa, AFP, sobre se confirmava que o seu partido não ganhara em nenhum departamento, apesar de ter obtido mais votos.
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, tinha anteriormente considerado «possíveis» vitórias do seu partido nos departamentos de Vaucluse (sul) e Aisne (norte).
A dois anos das presidenciais de 2017 em França, a oposição de centro-direita venceu hoje por uma grande margem os socialistas no poder nas eleições locais no país.
O partido da direita UMP, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e os seus aliados centristas (UDI) garantiram o controlo de entre 65 e 71 dos 101 departamentos em que se divide o país, segundo os institutos de sondagens.
Uma vitória da Frente Nacional pelo controlo de um departamento teria constituído uma estreia histórica, após os seus avanços nas municipais e nas europeias de 2014.
As eleições locais são consideradas uma antevisão do resultado das presidenciais e, antes disso, das regionais de final de 2015.
A esquerda detinha até agora 61 dos 101 departamentos. Hoje à noite, as projeções não lhe davam mais que entre 28 e 35.
Entre as suas perdas mais simbólicas estão Corrèze (sudoeste), departamento do Presidente francês, François Hollande, e Essonne, perto de Paris, bastião do primeiro-ministro, Manuel Valls, onde se registou uma viragem à direita.
O chefe do Governo reconheceu uma «vitória incontestável» para «a direita republicana», que atribuiu às divisões «da esquerda, demasiado dispersa», e lamentou também «os resultados demasiado elevados» da FN.
«A rejeição em relação ao poder é absolutamente definitiva. Nunca uma maioria tinha perdido tantos departamentos. Nunca um Governo em funções tinha suscitado uma tal desconfiança e uma tal rejeição», sustentou Nicolas Sarkozy, líder da UMP.
«A alternância está em marcha, nada a deterá», reafirmou o ex-chefe de Estado francês (2007-2012), cujo futuro político continua, contudo, a depender da evolução dos processos judiciais em que o seu nome está envolvido.
O escrutínio de hoje foi novamente boicotado por um em cada dois eleitores, dos cerca de 40 milhões de cidadãos franceses chamados às urnas, segundo as empresas de sondagens.