Um documentário expôs a situação de escravidão em que viviam os trabalhadores que fazem um dos ingredientes das gomas alemãs Haribo.
Corpo do artigo
A fabricante de doces alemã Haribo realizará uma investigação interna depois de ter sido acusada de deixar funcionários de uma plantação brasileira trabalharem em condições deploráveis idênticas a escravidão.
"Estamos chocados e assustados com os recentes testemunhos sobre o tratamento de trabalhadores de fornecedores de cera de carnaúba no Brasil, e esse comportamento é inaceitável", afirmou a empresa alemã em comunicado, acrescentando que um "inquérito independente" irá começar esta semana.
Um documentário divulgado em meados de outubro pelo canal alemão ARD mostrou que a cera de carnaúba usada para fazer os doces Haribo brilharem era produzida por brasileiros que viviam em condições extremamente duras na região norte do país sul-americano.
Sem equipamentos de segurança adequados e em temperaturas acima de 40 ºC, os trabalhadores não tinham acesso a água limpa ou saneamento e chegavam a dormiram no chão, de acordo com a ARD.
Entre eles também trabalhavam vários menores, referia-se no documentário.
No comunicado, a Haribo afirmou usar apenas "quantidades muito pequenas de cera de carnaúba" em alguns de seus produtos, admitindo que a cera foi "principalmente colhida e produzida em fazendas no Brasil".
"Para a Haribo, os padrões de trabalho, sociais e éticos não são negociáveis nem ao nível dos nossos fornecedores nem das suas operações, e essa sempre foi a nossa posição", disse o grupo.
A Haribo acrescentou que quer trabalhar em colaboração com as autoridades brasileiras, incluindo o Ministério do Trabalho.
O grupo também lançou uma investigação interna para tentar responder a outras acusações sobre maus-tratos de porcos, usados em gelatina doce, em fazendas alemãs.