Falhas de abastecimento na Autoeuropa devem-se a "grande aceleração da transformação digital"
Ministro defende mais "resiliência" na UE em setores críticos.
Corpo do artigo
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirma que que as falhas de abastecimento de componentes eletrónicos à Autoeuropa são também uma consequência da "aceleração da transformação digital".
A falar no final da reunião de ministros da Economia da União Europeia, Siza Vieira defendeu mais independência em áreas estratégicas na União, defendendo que se procurem alternativas que garantam "maior resiliência" em setores chave, que demonstraram ser "críticos", em particular durante a pandemia.
TSF\audio\2021\03\noticias\22\17_joao_francisco_guerreiro_estrategia_industrial_bruxelas
O ministro apontou os "princípios ativos para o fabrico de vacinas ou medicamentos, [ou] equipamentos de proteção individual", como exemplos de "um conjunto de materiais críticos, que precisamos de assegurar que se há dificuldades numa determinada parte do mundo, o resto da cadeia de valor não deixa de funcionar".
Outro dos exemplos que considera enquadrado "neste tema" é o caso das falhas de abastecimento de semicondutores eletrónicos à fábrica da Autoeuropa em Palmela. Para Pedro Siza Vieira este setor está também a ser afetado pelo impacto da "grande aceleração da transformação digital".
"Obriga a que por todo o mundo a procura deste tipo de elementos críticos tenha aumentado muito, para lá da capacidade de produção instalada e muito além da capacidade até da logística montada, para fazer chegar à Europa um conjunto de bens que são fabricados na China", apontou.
A vice-presidente da comissão Margrethe Vestager quer propor uma estratégia para reduzir a dependência externa da União, e está já a fazer um mapeamento de cadeias industriais, de matérias-primas críticas para acrescentar ao documento sobre a estratégia industrial para a Europa, que prevê apresentar em abril.
Mas, acredita que "nada disto irá acontecer sem que a comunidade empresarial possa tomar as próprias decisões. Para eles, será sempre de enorme importância satisfazerem os próprios clientes, em qualquer circunstância. Por isso, o que temos de fazer é atrair investimento privado, ao mesmo tempo que criamos o melhor enquadramento para essas decisões empresariais", defendeu Margrethe Vestager.