Ivana Oliveira levou pastores e empresários de extrema direita a comprarem bilhetes de avião falsos para conferência em Lisboa que jamais existiu
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O convite de Ivana Nazaré Freitas de Oliveira parecia irrecusável. Pelo menos dez pastores evangélicos e empresários da região de Brasília simpáticos ao Partido Liberal, a força política que abriga Jair Bolsonaro, aceitaram, por sugestão dela, uma importante e bem relacionada militante do partido, estar presentes numa conferência partidária em Lisboa.
Sucede que Ivana Oliveira nunca foi militante do PL, a sigla do partido. Nem bem relacionada. E jamais houve conferência marcada para a capital portuguesa.
Ela entregou aos religiosos e aos empreendedores bolsonaristas bilhetes falsos, já depois de receber uns bons milhares de reais por eles, e desapareceu de circulação, quando no aeroporto eles, furiosos, não passaram do check in.
Segundo o jornal Metrópoles, Ivana manteve relacionamento social próximo com as vítimas por dois anos, dando mostras de fervor cristão e de lealdade aos ideais de extrema-direita. E chegou a fotografar-se com Bia Kicis, uma das deputadas federais mais fiéis ao ex-presidente Bolsonaro. Mas tudo não passava de um golpe. De mais um, na “carreira” de Ivana.
Já em 2019, ela havia sido condenada por burla num desvio de dinheiro público protagonizado por funcionários públicos do estado do Rio Grande do Norte. Numa sofisticada trama, que envolvia diversas repartições e gabinetes, ela decidiu conceder subsídios e outros benefícios a um empresário. Por acaso, esse empresário era seu namorado.
Cumprida a pena, Ivana mudou-se de Natal para a capital federal para enganar pastores e demais bolsonaristas incautos.
