O alerta é da UNICEF, que explica que os hospitais em Gaza estão sem eletricidade, funcionam à base de geradores que precisam de combustível e, sem esse combustível, as incubadoras terão de ser desligadas.
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Mais de uma centena de recém-nascidos corre perigo de vida nos hospitais da Faixa de Gaza, alertou, este domingo, a UNICEF. Há 120 bebés em incubadoras nos vários hospitais de Gaza e, sem eletricidade, correm o risco de não sobreviver.
A UNICEF não esconde a preocupação, numa altura em que os hospitais estão sem eletricidade, funcionam à base de geradores que precisam de combustível e, sem esse combustível, as incubadoras terão de ser desligadas.
O porta-voz da UNICEF, Jonatham Crickx, explica que dos 120 recém-nascidos que estão em incubadoras, 70 precisam de ventilação mecânica por ainda não terem os órgãos completamente desenvolvidos.
Há também falta de água potável e os serviços de saúde da Faixa de Gaza detetaram, nos últimos dias, casos de varicela, sarna e diarreia. O gabinete de coordenação dos assuntos humanitários das Nações Unidas alerta que alguns palestinianos estão a beber água salgada de poços agrícolas.
Há também crianças a beberem água de autoclismos, o que pode provocar surtos de cólera, especialmente em bebés, grávidas e doentes renais.
A Organização Mundial da Saúde avisa que há cerca de mil doentes que precisam de diálise e que podem estar em risco se os geradores deixarem de funcionar.
Nos 20 camiões que entraram, no sábado, em Gaza, não foi autorizado o transporte de combustível, porque Israel receia que esse combustível possa ser usado para alimentar os ataques do Hamas. Calcula-se que, por dia, nascem 160 bebés em Gaza. As Nações Unidas estimam que existam cerca de 50 mil grávidas na região.
Desde o início do conflito, 40% dos mortos em Gaza são crianças. O ministério palestiniano da Saúde refere que, no total, já morreram mais de 4600 pessoas.