Familiares de reféns assinalam 100 dias de guerra entre Israel e o Hamas com manifestação em Tel Aviv
Milhares de pessoas reúnem-se este domingo num protesto de 24 horas para marcar "100 dias de inferno".
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Os familiares e amigos de reféns israelitas assinalam este domingo 100 dias de guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza, com uma manifestação de 24 horas em Tel Aviv.
Milhares de pessoas começaram a juntaram-se esta manhã na agora denominada Praça dos Reféns, marcando a hora do ataque do Hamas a vários kibbutz e um festival de música, no dia 7 de outubro, que faz 1139 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.
Familiares e amigos dos israelitas que permanecem em cativeiro discursaram perante a multidão com testemunhos sobre a vida dos reféns antes do rapto, contando quais eram os seus planos para o futuro, apelando ao governo israelita que faça tudo o que estiver ao seu alcance para que todos possam regressar a casa.
Houve ainda momentos musicais e também transmissão de uma intervenção vídeo do presidente francês, President Emmanuel Macron, do embaixador dos Estados Unidos em Isrel Jack Lew e do antigo presidente do supremo tribunal Dorit Beinisch.
A guerra entre Israel e Hamas fez até agora 23.843 mortos na Faixa de Gaza, e mais de 59.000 feridos, a maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais. Estima-se que o conflito tenha provocado ainda 1,9 milhões de deslocados, cerca de 85% da população de Gaza.
O diretor da Agência da ONU de Ajuda aos Refugiados Palestinianos (UNRWA) classificou este sábado os 100 dias da guerra como "uma nódoa" para a humanidade.
"A morte em grande escala, a destruição, a dor dos últimos 100 dias" são "uma nódoa na nossa humanidade comum", declarou Philippe Lazzarini num comunicado divulgado pelas agências de notícias.
O que a população da Faixa de Gaza está a passar "é insuportável, com uma corrida contra o tempo contra a fome", alertou o alto responsável da ONU. "A situação crítica das crianças é particularmente desoladora. Serão necessários anos para curar uma geração inteira de crianças traumatizadas."
Já o primeiro-ministro israelita afirmou que a guerra contra o Hamas vai continuar "até ao fim", e que não será travada nem pelo processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça nem pelas ameaças do "eixo do mal", referindo-se ao Hamas, o movimento xiita libanês Hezbollah e os Huthis do Iémen.
"Estamos no caminho da vitória e não vamos parar até a alcançarmos. Não há nada que nos comprometa e não há ninguém que nos possa parar", afirmou Benjamin Netanyahu numa declaração transmitida pela televisão ao país este sábado.
O Hamas mantém 132 reféns na Faixa de Gaza, mas as autoridades israelitas acreditam que 25 possam estar mortos.