Sem pactos e com um apelo ao voto massivo dos espanhóis que lhe permita governar Espanha como governou a Junta da Galiza durante quatro mandatos, com maioria absoluta.
Corpo do artigo
A mensagem foi deixada pelo candidato do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, no fim da campanha eleitoral, esta sexta-feira, na Corunha. "Não tenho dívidas com ninguém, não tenho pactos com ninguém, não tenho de estar submetido a ninguém, salvo ao conjunto dos espanhóis. A mais ninguém", sublinhou o antigo presidente da Junta da Galiza (2009-2022).
TSF\audio\2023\07\noticias\22\ana_peixoto_fernandes_feijo
No seu derradeiro comício no Palácio de Exposições e Congressos (Palexco), da Corunha, onde foi recebido e chamado de "presidente" por cerca de seis mil pessoas, números do Partido Popular, o líder da direita espanhola defendeu "uma governabilidade sem bloqueios, sem blocos, sem 'sanchismo' e sem independentismo'".
Insistiu que pretende governar sozinho e apelou a que as eleições deste domingo, dia 23 de julho, resultem numa mudança para "um novo tempo".
"Vamos votar para o que vai acontecer em Espanha nos próximos quatro anos. Atrevo-me a dizer que estas eleições são tão importantes que vão a marcar o que vai acontecer em Espanha na próxima década, como mínimo", declarou Feijóo, cujo slogan de campanha foi "Este é momento".
O candidato e líder do PP garantiu que Espanha terá pela primeira vez um presidente galego. "Na História, nunca aconteceu que o presidente da Galiza, pudesse ser o presidente do Governo de Espanha. É verdade que pudemos ter o presidente [Mariano] Rajoy, mas um presidente da Galiza, sacado da Galiza e levado para [o palácio da] Moncloa, nunca aconteceu", disse.
A campanha que agora encerrou na Corunha para o líder do PP, foi polarizada, com PSOE de Pedro Sánchez do outro lado da barricada, e dominada por acusações mútuas de mentiras.
Na Corunha, Feijóo voltou a chamar mentiroso ao seu principal opositor e teceu críticas aos pactos do socialista com outros partidos de esquerda [o principal é o partido Sumar de Yolanda Díaz].
Para Alberto Núñez Feijóo, a reta final da campanha ficou marcada por dois momentos que lançaram mais dúvida sobre que resultados este conseguirá este domingo: faltou ao último debate eleitoral dos principais candidatos - Santiago Abascal, líder do partido de extrema direita VOX, Yolanda Días e Pedro Sánchez -, na televisão pública espanhola. E foi alvo de um ataque da candidata de esquerda do partido Sumar, que trouxe a lume uma fotografia de Feijóo de 1995 ao lado de um narcotraficante galego, Marcial Dorado, sendo que as relações entre os dois nunca foram totalmente esclarecidas. A somar à tensão, nos últimos dias o líder popular foi acometido por uma lombalgia. "A primeira lição que aprende já, é que que se for preciso dar cabo das costas por Espanha, darei", disse antes de encerrar o comício na sua terra-natal (nasceu na província galega de Ourense), prometendo regressar em breve noutras funções.
"Não há melhor forma de acabar este 'meeting' que dizer-vos que a próxima vez que nos veremos, se todo formos votar, virei dar-vos um abraço como presidente do Governo de Espanha", concluiu.