Autarca de Gijón coloca fim a feira centenária de tauromaquia por terem sido "ultrapassados todos os limites".
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As autoridades de Gijón, em Espanha, decidiram pôr fim a um festival de tauromaquia que há mais de cem anos se realiza naquela cidade. A decisão foi tomada na sequência da morte de dois touros. Um chamava-se "nigeriano" e outro "feminista".
A presidente da Câmara de Gijón, Ana Gonzalez, afirma que o festival ultrapassou várias linhas vermelhas, numa cidade que acredita na igualdade entre homens e mulheres e numa sociedade mais inclusiva.
Aos jornalistas, a autarca socialista, eleita pelo PSOE, confirmou que a "tauromaquia acabou", lembrando que nos últimos anos várias vozes se fizeram ouvir contra a realização da feira de touros em Gijón.
O Sindicato dos Criadores de Touros de Lide explicou que os nomes dos touros que provocaram a polémica descendem de uma linhagem com mais de 35 anos, criticando os responsáveis políticos.
"Lamentamos a polémica criada na imprensa e nas redes sociais nos últimos dias que é fruto do desconhecimento do âmbito da criação de gado e do mundo rural", lê-se num comunicado citado pelos meios de comunicação social espanhóis.
Esta polémica chegou também aos partidos políticos. A direita, pela voz do Partido Popular, considera a decisão da autarca de Gijón de "ridícula", acusando Ana Gonzalez de "imposição ideológica" ao acabar com a feira centenária.
"O socialismo mais radical volta a cortar a liberdade dos cidadãos", lamentou Pablo González, presidente do PP de Gijón.
*com agências