Fernández e Kirchner vencem eleições na Argentina. É o regresso do peronismo ao poder
Com 95,88% dos votos contados, Alberto Fernández e Cristina Kirchner obtiveram 48,01% dos votos, à frente do atual chefe de Estado, que obteve 40,45%.
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O Presidente da Argentina, Mauricio Macri, já reconheceu a sua derrota nas eleições deste domingo, após divulgação dos resultados parciais que confirmam o favoritismo do peronista Alberto Fernández.
"Precisamos de uma transição pacífica que traga paz a todos os argentinos, porque o mais importante é o bem-estar de todos os argentinos", declarou Macri, perante os seus apoiantes no bairro de Palermo, em Buenos Aires.
Já o candidato eleito, Alberto Fernández, encorajou a população a unir-se para enfrentar os próximos tempos que, advertiu, "não serão fáceis", numa referência à grave crise económica.
O líder peronista da Frente de Todos disse que vai reunir-se, durante o dia, com Mauricio Macri, para discutir a transição política até 10 de dezembro, dia em que Alberto Fernandáz tomará posse.
"Sabem que até 10 de dezembro o Presidente é Macri. Iremos colaborar em tudo o que pudermos colaborar porque a única coisa que nos preocupa é que os argentinos deixem de sofrer de uma vez por todas", declarou, perante uma multidão em Buenos Aires.
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Neste primeiro discurso, Fernández aproveitou para pedir ao atual Governo liderado por Macri que, uma vez na oposição, "esteja ciente daquilo que deixou" e "ajude a reconstruir o país a partir das cinzas".
De resto, as palavras de Fernandéz, cuja vice-Presidente é a antiga chefe de Estado argentina Cristina Kirchner, pediram consenso e unidade da população.
O líder comprometeu-se a cumprir todas as propostas que lançou durante a campanha eleitoral, nomeadamente a reativação da economia e a criação de emprego, que considerou fundamentais para tirar o país da crise.
"De agora em diante, tudo o que temos de fazer é cumprir as nossas promessas. Que os argentinos saibam que cada palavra que proferimos e cada compromisso que assumimos foi um compromisso moral e ético com o país que devemos cumprir", afirmou.
Fernandéz lembrou ainda o antigo Presidente Nestor Kirchner (2003-2007), no mesmo dia em que se assinalaram os nove anos da morte.
"Não seria justo para mim não o reconhecer hoje [domingo] pelo que fez por nós e pela enorme possibilidade que me deu", disse o ex-chefe de gabinete, cargo equivalente a primeiro-ministro, durante o mandato de Nestor Kirchner.