Fernando Haddad: o "plano B" nada secreto do PT, agora que Lula está fora da corrida
O Partido dos Trabalhadores vai oficializar o ex-ministro da Educação e antigo Prefeito de São Paulo como candidato às Presidenciais no Brasil. Fernando Haddad ainda tem um longo caminho pela frente, agora que Lula está fora de cena.
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Oito meses depois de Lula da Silva ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão, quatro meses após o Supremo ter rejeitado um pedido de habeas corpus do antigo presidente e cerca de uma semana e meia a seguir à decisão do Tribunal Eleitoral de vetar a sua candidatura, o Partido dos Trabalhadores assume, finalmente, o plano B.
Fernando Haddad, professor de ciência política de 55 anos, licenciado em direito, com mestrado em economia e doutoramento em filosofia, será oficializado como candidato do PT, em frente à sede da polícia federal de Curitiba, em cujas celas Lula da Silva cumpre pena.
O ato, político e mediático, terá a presença da cúpula do partido e será, seguramente, acompanhada por milhares de militantes que fazem vigílias ininterruptas em apoio a Lula, desde a sua prisão em abril.
Haddad foi ministro da educação dos governos de Lula da Silva e, desde então, tornou-se um dos seus delfins - à semelhança de Dilma Rousseff, que sucederia ao ex-sindicalista na presidência, e de José Dirceu e Antonio Palocci, entretanto condenados por corrupção ou outros crimes.
Depois, foi eleito prefeito de São Paulo, em 2012, cumprindo uma gestão considerada moderna por alguns, e desligada da realidade da maior cidade brasileira para outros. Em 2016 perdeu a reeleição para ficar na reserva de Lula, caso o antigo presidente não pudesse voltar a candidatar-se à presidência.
A seu lado, como vice-presidente, estará Manuela D´Ávila, do Partido Comunista do Brasil, que faz parte da coligação em torno do PT. Com apenas 37 anos, foi eleita aos 25 anos vereadora de Porto Alegre e hoje é deputada estadual no Estado do Rio Grande do Sul.
A Manu, como é tratada, e a Haddad, competirá agora tornar seus os quase 40% de votos que Lula valia nas sondagens em que tinha sido incluído. Para já, segundo sondagem do Datafolha, inteiramente efetuada depois do ataque ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, na quinta-feira em Juiz de Fora, Fernando Haddad surge com apenas 9 pontos. Mesmo assim, duplicou a sua votação anterior, sinal de que caminha para se afirmar como um candidato competitivo e capaz de chegar à segunda volta.