"Hurricane parties." Nem só com enlatados e lanternas se assiste ao furacão Dorian
Da corrida desenfreada aos postos de abastecimento e às grandes superfícies às festas entre quatro paredes para assistir à passagem do Dorian, a TSF conta como se vivem os dias anteriores à tempestade.
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"Saí agora à rua e comecei a sentir alguma brisa, mas penso que são os primeiros efeitos ainda." Susana Cerqueira vive em Miami há cinco anos, mas já não se sente uma amadora a enfrentar os dias de tempestade.
Praias e ruas desertas não ajudam a indiciar o tumulto que passará pelos Estados Unidos nos próximos dias. "O que eu noto mais é que a praia está deserta, o que não é nada normal. Hoje é feriado nos Estados Unidos, por isso, à partida, seria um dia em que muita gente estaria na rua, na praia, mas está tudo deserto", conta, em entrevista à TSF.
Durante a tempestade também há bonança. Depois do armazenamento de bens essenciais, é até tempo de fazer a festa, nas chamadas "hurricane parties", que deverão incluir comida pré-cozinhada e luzes de velas ou lanternas. "Não há sensação de pânico, as pessoas não estão assim tão preocupadas. Na Florida, como as pessoas estão habituadas a isto, fazem até festas ["hurricane parties"]. Combinam ir para casa de amigos, e, enquanto o furacão está a passar, divertem-se", acrescenta a portuguesa radicada nos Estados Unidos.
Nas grandes superfícies e nos postos de abastecimento, a corrida desenfreada para obter os produtos recomendados para situações como esta já se fez sentir. "À medida que a tempestade se aproxima, as pessoas começam a comprar água nos supermercados. A certa altura, começa a ser difícil encontrar esse tipo de coisas, porque as pessoas exageram sempre, por isso já não há água."
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As prateleiras também já estão vazias, assinala Susana Cerqueira. "Não há enlatados; toda a gente comprou esse tipo de produto."
A investigadora na área das neurociências fala ainda de uma mobilização para cumprir certos cuidados: "não sair à rua, preparar-nos para a possibilidade de não termos eletricidade e água nos próximos dias, por isso, devemos ter em casa produtos que não tenham de ser cozinhadas, água potável, lanternas".
Para Susana Cerqueira, foi também fundamental preparar-se para os dias seguintes à devastação do Dorian."A primeira coisa que fiz foi dirigir-me a um posto de combustíveis e encher o depósito do meu carro, que é outro dos conselhos que nos são dados, já que o abastecimento fica comprometido nos dias seguintes à passagem da tempestade", assinala.
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