A diva Cate Blanchett lembrou, no festival, o que está a acontecer na Faixa de Gaza
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O festival vai a meio e consta nos bastidores que não há favoritos ainda para a Palma de Ouro. Mesmo apesar da ovação, o novo de Jacques Audiard, Emilia Perez, desiludiu: um musical situado no México sobre um líder de um cartel de droga que quer mudar de sexo. Canções de Camille cantadas por atores como Edgar Ramirez, Zoe Saldana e Selena Gomez. Há uma vibe estranhíssima num objeto que faz concessões ao mainstream. Mas deceção total é The Substance, de Coraline Fargeat, um filme de terror feminista sobre a cultura televisiva americana a objetivar o corpo feminino. Há humor mas parece sempre tudo a mesma piada. Salvam-se as atrizes, Margaret Qualley e Demi Moore, num comeback espantoso.
E ontem, também uma diva esteve em destaque em Cannes, Cate Blanchett, a estrela de Rumours, sátira canadiana sobre o G7 onde dá corpo a uma líder do governo alemão. Troquei algumas impressões com ela num encontro no terraço do Marriott e a dada altura dizia-me: o mundo está optimista ao ouvirmos a música pimba de uma festa ruidosa na Croisette. A australiana só lembrava o que está a acontecer em Gaza.
