Bruxelas considera que a União Europeia tem definitivamente de apostar em fornecedores seguros para o abastecimento de gás.
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O porta-voz da presidente da Comissão Europeia, Eric Mamer, considera que a Rússia não é "fiável" para o abastecimento de gás à Europa. A esse nível afirma mesmo que do ponto de vista da credibilidade como fornecedor a Rússia está "a nível zero".
"Os Estados que dependiam de gás russo barato viram a Rússia fechar a torneira, reabri-la, cortá-la de novo, primeiro um país, depois outro, depois uma empresa", afirmou o porta-voz, considerando que "é isto que está subjacente à vontade política geral por parte da União Europeia de se desvincular dos combustíveis fósseis russos".
"A fiabilidade do fornecimento da Rússia está agora no nível zero", enfatizou o porta-voz, quando questionado sobre o potencial desejo de alguns Estados europeu de aceitarem as ofertas de Moscovo de "gás a baixo custo".
"Porque, quaisquer que sejam as suas potenciais vantagens comparativas em termos de preço, existe uma desvantagem comparativa absoluta, que é a absoluta falta de fiabilidade das entregas", aponto ou porta-voz, para o quem a procura de alternativas deve ser "o interesse fundamental" da União Europeia.
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"Está absolutamente claro que não é algo simples de fazer [e] exigirá esforços a curto, médio e longo prazo", reconheceu Eric Mamer, defendo "a diversificação das nossas fontes de abastecimento de combustíveis fósseis, mas também obviamente um esforço particular de investimento em energias renováveis e esforços de poupança de energia".
Outro dos argumentos da Comissão Europeia refere-se à utilização do gás como arma de guerra. "Não esqueçamos que a Gazprom tinha começado, muito antes da guerra, a não encher as suas reservas estratégicas a fim de preencher as reservas de gás na Europa, o que, a propósito, também contribuiu para o aumento de preços", sublinha o porta-voz.
Esta semana, o presidente russo, Vladimir Putin tinha manifestado o interesse de Moscovo para voltar a ter a Europa como cliente de gás, prometendo vender "a baixo custo". Mas, Bruxelas não vê "fiabilidade" na oferta de Putin.