
REUTERS/Adriano Machado
Para preservar o seu governo, Jair Bolsonaro parece disposto a sacrificar o filho mais velho.
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Flávio Bolsonaro, senador eleito que até outubro exercia funções de deputado estadual do Rio de Janeiro, tem sido a principal fonte de problemas do pai e Presidente da República.
Tudo começou no início de dezembro do ano passado, quando o órgão que controla transações financeiras no país, descobriu movimentações atípicas nas contas de Fabrício Queiroz, principal assessor de Flávio na assembleia legislativa do Rio.
Os milhões que Queiroz transacionou, soube-se depois, foram depositados por outros membros do gabinete. A polícia suspeita de "mensalinho", uma prática ilegal comum no Brasil em que funcionários fantasma dos parlamentares devolvem a maior parte do salário ao seu empregador.
O assessor recusou-se a prestar declarações às autoridades e o próprio Flávio, alegando ter sido eleito senador, escudou-se na imunidade que o cargo lhe confere para se manter em silêncio.
Uma das transações de Queiroz, entretanto, tinha como destinatária a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Era o pagamento de um empréstimo feito por Jair Bolsonaro ao assessor, argumentou o Presidente.
Acresce que na terça-feira, a propósito da investigação do assassinato de Marielle, soube-se que um dos supostos implicados, Ronald Alves, membro da milícia "Escritório do Crime", foi homenageado por Flávio na assembleia legislativa do Rio. E que a mãe e a mulher do chefe do "Escritório do Crime", Adriano Nóbrega, também eram membros do gabinete do parlamentar.
Os dois temas têm causando desconforto no governo, que agora, com a tomada de posição de Bolsonaro sobre o filho, acredita poder ficar blindado dos escândalos.