José Filomeno dos Santos foi acusado pelo Ministério Público angolano de vários crimes económicos. Segundo apurou a TSF, foi preso preventivamente esta segunda-feira.
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O filho do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi preso preventivamente esta segunda-feira na cadeia de São Paulo, em Luanda. A informação foi confirmada pela TSF.
José Filomeno dos Santos, mais conhecido por Zenu, foi acusado na semana passada pelo Ministério Público angolano de vários crimes económicos, como burla, peculato e branqueamento de capitais.
Em causa está, entre outros, o processo da transferência ilícita de 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola para um banco britânico, em que são arguidos além de José Filomeno dos Santos e o então governador do banco central angolano, Valter Filipe, ambos impedidos de sair do país desde março deste ano.
O Ministério Público angolano refere ainda que além do crime referente a uma alegada burla de 500 milhões de dólares, corre igualmente na Procuradoria, em fase de instrução preparatória, o processo-crime referente a atos de gestão do Fundo Soberano de Angola.
O filho do ex-chefe de estado, que esteve no poder quase 40 anos, foi presidente do Fundo Soberano de Angola, entre 2012 e janeiro de 2018. Foi afastado do cargo por exoneração pelo atual presidente angolano, João Lourenço.
Em declarações à TSF, o diretor do jornal "O País" diz que a detenção causa surpresa na sociedade angolana. "A sociedade não estava habituada a ver pessoas com algum peso social, económico e político na cadeia. Habitualmente era para os mais fracos", explica José Kaliengue que, sublinha ainda que, a detenção acontece numa altura, em que o chefe de estado angolano, João Lourenço, está em Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Além do filho de José Eduardo dos Santos, também foi colocado em prisão preventiva o empresário Jean Claude Basto de Morais, principal parceiro de negócios de Zenu.
Em comunicado, a Procuradoria angolana diz que a aplicação da medida de coação mais gravosa se deve à "complexidade e gravidade dos factos" e visa "garantir a eficácia da investigação".