"Fim de um período negro." Presidente Bashar al-Assad foge da Síria, rebeldes tomam poder e anunciam queda do "tirano"
Os grupos rebeldes anunciam aquilo que dizem ser "o início de uma nova era para a Síria"
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Grupos rebeldes anunciaram, este domingo, num discurso na televisão pública síria, a queda do "tirano" Bashar al-Assad, garantindo que libertaram todos os prisioneiros detidos 'injustamente' e apelando aos cidadãos e combatentes que preservem as propriedades do Estado.
Nove pessoas apareceram no écran da televisão pública, tendo um deles lido um comunicado de imprensa, atribuído à "célula de operações para a libertação de Damasco", que anunciava "a libertação da cidade de Damasco, a queda do tirano Bashar al-Assad, a libertação de todos os prisioneiros injustamente (detidos) nas prisões do regime".
Depois de terem tomado Damasco, as forças rebeldes na Síria anunciaram a fuga do Presidente Bashar al-Assad. "O tirano Bashar al-Assad fugiu (...) proclamamos a cidade de Damasco livre", anunciou a coligação de grupos rebeldes em mensagens partilhadas na plataforma Telegram.
"Depois de 50 anos de opressão sob o poder do [partido] Baas, e 13 anos de crimes, de tirania e de deslocações [forçadas] (...) anunciamos hoje o fim deste período negro e o início de uma nova era para a Síria", acrescentou.
Ao mesmo tempo, a coligação pediu aos sírios deslocados no estrangeiro que regressem à "Síria livre".
Por seu lado, o primeiro-ministro sírio disse estar pronto "para cooperar" com "a nova liderança" escolhida pelo povo, precisando que ia estar esta manhã (hora local) na sede do governo para qualquer procedimento "de passagem" do poder.
"Este país pode ser um país normal, [pode] construir boas relações com os vizinhos e o mundo (...) mas esta questão caberá à liderança que o povo sírio escolher. Estamos prontos a cooperar" de todas as formas possíveis, indicou Mohamed al-Jalali, num vídeo publicado na rede social Facebook.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou também este domingo que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou o país, perante a ofensiva rebelde.
"Assad deixou a Síria [e saiu] pelo aeroporto de Damasco, antes da retirada dos membros das forças armadas e de segurança" do local, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o diretor da organização não-governamental, Rami Abdel Rahmane, referindo-se ao Presidente da Síria, que dirige o país há 24 anos.
O grupo fundamentalista islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lidera uma coligação rebelde na Síria, tinha anunciado ter começado a entrar em Damasco.
"As nossas forças começaram a entrar em Damasco", declarou o HTS numa mensagem na plataforma Telegram, após ter conquistado outras cidades no país.
