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Como a senhora já havia reprovado três vezes, Heitor maquiou-se, depilou-se e pôs um vestido longo. Já estava a meio da prova quando a polícia descobriu a fraude.
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Aline Mendonça, presidente da Comissão Avaliadora do Departamento de Trânsito de Rondônia, estado no norte do Brasil, notou algo de estranho naquela candidata no exame de condução.
Estaria embriagada? Apenas nervosa? Era qualquer coisa...
Foi já com ela no automóvel, a desviar-se de pinos no chão e a tentar estacionar, que Aline entendeu o problema: aquela senhora afinal era um senhor.
Heitor Márcio Schiave, mecânico de automóveis de 43 anos, natural de Porto Velho, a capital rondoniense, quis passar-se pela mãe, que, coitada, já chumbara três vezes no exame.
Apanhado em flagrante, Heitor incorre nos crimes de falsidade ideológica e estelionato, o equivalente a fraude, e a pena de prisão de um a cinco anos ou pagamento de multa.
Dias depois, o prevaricador explicou que tem uma relação muito intensa com a mãe e quis apenas ajudá-la, dando-lhe a carta de condução. Garantiu também que ela, a morar num outro bairro de Porto Velho, não teve qualquer participação na fraude. E explicou que passar um dia inteiro a fazer maquiagem não foi problema.
"A pior parte", afirmou ao portal G1, "foi a depilação com cera". "Se eu soubesse tinha tomado bastante cachaça para amenizar a dor".
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras a crónica Acontece no Brasil