O Fundo Monetário Internacional alerta para o impacto das ajudas dos países europeus às famílias e às empresas.
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O diretor do departamento europeu do FMI, Alfred Kammer, acredita que os contribuintes vão ter que pagar os pacotes com cheques dos Estados para ajudar a saldar as pesadas faturas da energia. Um alerta feito pelo responsável esta sexta-feira em Washington na apresentação das perspetivas da Europa para o próximo ano.
Alfred Kammer chama, por isso, a atenção para a diferença de impacto orçamental em apoiar 20% ou 40% das famílias mais vulneráveis, uma diferença que vai de 0,4% do PIB até uma despesa de 1% do PIB.
Neste sentido, as "medidas de apoio às famílias e às empresas devem ser temporárias e devem ser mais direcionadas para garantir que os seus custos fiscais permanecem sustentáveis e - isto é crucial - garantam que os preços da energia incentivam um consumo de energia mais baixo", defende o FMI
Mas os desafios não são apenas políticos. Também "os bancos centrais devem continuar, por enquanto, a subir as taxas de juros incluindo na área do euro. E uma postura de política monetária mais restritiva pode ser necessária em 2023, a menos que a deterioração da atividade económica reduza materialmente as perspetivas de inflação no médio prazo. À medida que as condições financeiras apertam, os riscos de estabilidade financeira estão ressurgindo; os reguladores devem monitorizar de perto as vulnerabilidades, como, por exemplo, testando as exposições dos bancos à quebra de liquidez das famílias e das empresas", sublinha.
Estes cenários estão todos condicionados por uma possível escalada na guerra económica em que "um bloqueio completo dos fluxos de gás russo para a Europa, combinado com um inverno frio, pode resultar na escassez e racionamento de gás, dando origem a perdas do PIB de até 3% em algumas economias da Europa Central e Oriental, e mais um surto de subida da inflação em todo o continente europeu".