O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisou, esta terça-feira, os governos que estejam a pensar baixar impostos para que sejam prudentes nas políticas.
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Depois da pandemia e do impacto da guerra na Ucrânia, o FMI quer um regresso à normalidade fiscal e os decisores políticos têm de ser prudentes.
O FMI defende que as economias não estão em tempo de avançar com choques fiscais em beneficio dos contribuintes, porque os cofres dos Estados precisam de reservas.
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Pierre-Olivier Gourinchas, foi confrontado pelos jornalistas com o anúncio de descida dos impostos pelo governo britânico. Não quis particularizar, mas adianta que a resposta é válida para todos os Governos que estejam nesta altura a pensar na redução dos impostos sem pensar nas crises futuras.
“Apelamos à reconstrução das reservas financeiras, o que é absolutamente necessário para podermos lidar com o tipo de choques que poderão ser maiores em magnitude e poderão ser mais de um ao mesmo tempo. Parece que vivemos neste mundo exposto a choques e é importante ter essa capacidade fiscal”, adianta Gourinchas.
De acordo com o economista-chefe do FMI, “é com muita clareza que vimos que os países que tiveram medidas fiscais para proteger as famílias e as empresas durante estas duas últimas crises foram capazes de fazer muito melhor e de recuperar muito mais rapidamente, mas essas crises já ficaram para trás, mas podemos enfrentar crises futuras e elas podem estar a chegar e temos que estar preparados”.