O responsável da missão do Fundo Monetário Internacional na Grécia afirmou hoje que a recuperação económica só vai ser possível se o Governo tomar mais medidas até 2016.
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«A recuperação [na Grécia] é frágil e vai ser fraca se o Governo não se mantiver no caminho do ajustamento orçamental e das reformas estruturais», disse Poul Thomsen, líder do FMI na Grécia, ao jornal grego Kathimerini.
«Vão ser precisas mais medidas em 2014 a 2016», afirmou ainda o responsável do FMI, referindo que devem ser evitados cortes «horizontais» na Grécia, um país que está há seis anos em recessão.
O responsável do FMI entende que «as medidas devem centrar-se em setores em que ainda há uma despesa excessiva», recomendando que sejam «direcionadas com muito cuidado para proteger os grupos vulneráveis».
O Governo grego apresentou esta semana uma proposta de orçamento em que espera que a recessão da económica termine em 2014, apontando para um crescimento de 0,6%, depois de uma recessão de 4% em 2013.
No entanto, os técnicos da troika concluíram a última visita à Grécia para rever os progressos do programa de ajustamento sem chegarem a um acordo com as autoridades gregas, segundo uma declaração do Fundo.
Estas avaliações regulares determinam se a Grécia recebe ou não a próxima tranche do empréstimo financeiro, esperando-se que a troika volte a Atenas no início de dezembro.
Na quinta-feira, o FMI considerou que a Grécia não tem problemas prementes de financiamento, apesar do atraso nas negociações com a troika para desbloquear uma nova tranche do empréstimo concedido ao país.
«As necessidades financeiras da Grécia nos próximos meses podem ser resolvidas com recurso à liquidez existente. Não vemos uma grande pressão quanto ao financiamento» do país, declarou Gerry Rice, porta-voz do FMI, em conferência de imprensa.