O Fundo Monetário Internacional afirmou hoje que a economia palestiniana foi sufocada pelas restrições de Israel e incerteza política e apelou a uma «ação urgente».
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«Ações urgentes são necessárias pela Autoridade Palestiniana, pelo governo de Israel, e pelos doadores para estabilizar a situação fiscal e relançar o crescimento económico», disse o FMI em comunicado.
O fundo indicou que a situação na Cisjordânia e Faixa de Gaza deteriorou-se nos últimos meses, apontando o aumento do desemprego que afetou quase um quarto do mercado de trabalho no final de 2012.
«As restrições de Israel à circulação e acesso estão praticamente inalteradas e continuam a dificultar as perspetivas de crescimento», referiu o FMI, notando que o Produto Interno Bruto tinha apenas aumentado 6% no ano passado comparando com a média de 11% registada em 2010 e 2011.
O FMI considerou possível uma nova derrapagem do PIB para cerca de 5%, citando o «aumento da incerteza política» na região.
«O conflito militar entre o Hamas e Israel em novembro passado, a continuada expansão dos colonatos, e os surtos recentes de instabilidade na Cisjordânia contribuem para a visão comum de que as perspetivas para a paz permanecem fracas», disse o FMI.
A análise do fundo indica ainda que a Autoridade Palestiniana enfrenta uma «crise de liquidez» com a despesa pública a prosseguir uma trajetória «insustentável».
O FMI apelou também à comunidade internacional para aumentar o apoio financeiro à Autoridade Palestiniana, ao mesmo tempo que instou à «cooperação económica com Israel».
A análise do FMI segue um relatório do Banco Mundial na terça-feira, dias antes da reunião internacional de doadores agendada para 19 de março, e que alerta para «danos duradouros» na economia palestiniana debilitada pelas restrições israelitas e deterioração da situação fiscal.