"Foi uma noite muito violenta": Israel continua a bombardear Gaza, apesar do apelo de Trump
Durante a madrugada deste sábado, pelo menos quatro pessoas morreram em Tuffah. Já um ataque com drones a uma tenda num campo para deslocados de Gaza provocou a morte a duas crianças
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Israel realizou dezenas de ataques à cidade de Gaza, apesar do apelo do Presidente norte-americano, Donald Trump, para que cessassem os bombardeamentos, após o Hamas ter aceitado um acordo de cessar-fogo.
"Foi uma noite muito violenta, durante a qual o Exército israelita realizou dezenas de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia na cidade de Gaza e noutras áreas da Faixa, apesar do apelo do Presidente Trump para que cessassem os bombardeamentos", denunciou o porta-voz da defesa civil de Gaza, Mahmud Bassal, à AFP.
Bassal, que fala em nome de uma agência de força de resgate que opera sob a autoridade do Hamas, acrescentou que 20 casas foram destruídas nos bombardeamentos durante a noite.
"A situação é muito grave na cidade de Gaza", sublinhou, acrescentando que as equipas não conseguiram chegar a todas as vítimas devido à "presença de tanques e ao bombardeamento contínuo".
Contactado pela AFP, o Exército israelita disse que estava a "verificar" relatos de bombardeamentos durante a noite na cidade de Gaza.
Um hospital na cidade de Gaza revelou num comunicado que recebeu vítimas de um ataque a uma casa no bairro de Tuffah, incluindo quatro mortos e "vários feridos".
O Hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul de Gaza, disse que duas crianças foram mortas e oito pessoas ficaram feridas num ataque com drones a uma tenda num campo para deslocados de Gaza.
O plano de paz para Gaza, apresentado por Trump esta semana e apoiado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apela a um cessar-fogo, à libertação de reféns dentro de 72 horas, ao desarmamento do Hamas e à retirada gradual de Israel de Gaza.
O Hamas afirmou na sexta-feira que estava pronto para libertar os reféns detidos em Gaza, de acordo com o plano de Trump, mas queria negociar os detalhes e ter uma palavra a dizer sobre o futuro do território palestiniano.
