A França apelou hoje à União Europeia que se «mobilize» diante do pedido de armamentos do presidente do Curdistão iraquiano, numa carta do Ministro dos Negócios Estrangeiros francês enviada à chefe da diplomacia europeia.
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O presidente Massud Barzani «insistiu sobre a necessidade imperativa de dispor de armamentos e munições que permitam enfrentar e vencer o grupo terrorista Estado Islâmico. É indispensável que a União Europeia (UE) se mobilize hoje para responder a este pedido de ajuda», escreveu Laurent Fabius. Este apelo foi igualmente feito pela Itália.
«Eu ficaria muito grato por uma mobilização dos Estados membros, assim como das instituições europeias, para responder (ao apelo do presidente Barzani). Uma reunião especial do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros parece-me desejável», acrescentou Fabius na carta endereçada àchefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, à qual a agência francesa AFP teve acesso.
A União Europeia já anunciou hoje uma reunião com os embaixadores do bloco europeu, que acontece na terça-feira, em Bruxelas, que vai discutir as formas de combater o avanço do grupo extremista Estado Islâmico, no Iraque.
Fabius referiu, no mesmo documento, que a Europa não pode ficar parada diante da situação no Curdistão e é um «imperativo moral de solidariedade com as comunidades perseguidas».
«O presidente Massud Barzani, do governo regional do Curdistão (iraquiano), pediu-me para realizar, com extrema urgência, uma ponte aérea de ajuda humanitária da Europa para o norte do Iraque, assim como deslocar meios de construção provisórios, para ajudar as autoridades a responder as necessidades de centenas de milhares de deslocados que fogem da barbárie do Estado Islâmico», referiu a carta.
Laurent Fabius visitou no domingo a cidade de Erbil, capital da região autónoma do Curdistão, onde se reuniu com o presidente Barzani e participou na entrega de ajuda humanitária francesa para deslocados que fogem da ofensiva dos jihadistas do Estado Islâmico.
O Estado Islâmico (EI) é um grupo extremista que tem conquistado largas zonas do norte do Iraque e do leste da Síria e que tem levantado inúmeras preocupações à comunidade internacional.
A França e o Reino Unido afirmaram apoiar uma operação liderada pelos EUA de modo a poder ajudar os civis iraquianos, muitos dos quais pertencem à minoria Yazidi, membros de uma antiga religião curda, que é perseguida pelos extremistas do EI.
Enquanto estes três países ocidentais fornecem apoio de emergência aos civis iraquianos, os EUA têm realizado ataques aéreos em conhecidas posições do EI.