Neste dia 14 de Julho, o Presidente Emmanuel Macron não vai falar aos franceses.
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Nem entrevista, nem discurso, Emmanuel Macron não vai falar aos franceses neste dia 14 de julho, dia nacional. Depois da incerteza sobre as intenções do Presidente francês, o Eliseu acabou por confirmar que o chefe de Estado renunciou ao discurso de balanço dos "cem dias de apaziguamento" das tensões registadas no país, como tinha prometido fazer neste dia.
"Não costumo adiar coisas que não estão programadas. Prometi fazer um balanço por volta do 14 de Julho e garanto que o farei. Não avancei nem com uma data nem com a forma do balanço, mas irei fazê-lo", esclareceu Emmanuel Macron.
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Foi desta forma que o Presidente francês lembrou que é o mestre do tempo e da comunicação em torno do que ainda assim parece ser um adiamento relacionado com os recentes motins urbanos. Os últimos episódios de violência aconteceram perto da data escolhida por Emmanuel Macron para fazer o balanço de cem dias para o apaziguamento do país, que o Chefe de Estado francês tinha prometido em abril em pelos protestos contra a reforma das pensões.
Um dia que se assinala sob um grande dispositivo policial, depois da morte do jovem Nahel. Muitas cidades francesas cancelaram os habituais fogos-de-artifício e cerca de 130 mil forças de segurança estão mobilizadas até sábado de manhã.
Este dia fica marcado pela forte presença das forças de ordem no país onde foram mobilizados 45 mil membros da PSP e da GNR. O ministro do interior qualifica o dispositivo de "excecional". Trata-se do mesmo dispositivo usado durante os tumultos, depois da morte do jovem Nahel.
Forças de intervenção rápida, helicópteros, drones e veículos blindados para garantir a máxima segurança, afirma o ministro do Interior Gerald Darmanin: "Queremos garantir a segurança máxima para que as pessoas possam aproveitar ao máximo da nossa festa nacional sem enfrentar perigos, por parte de delinquente, criámos condições para travar quem queria estragar esta festa nacional com indicações para detenções sistemáticas, tal com tinha aplicado durante as noites em que decorreram distúrbios", anunciou.
Gerald Darmanin acrescentou que o dispositivo de segurança "é amplo na sua ação e na tecnologia, como a que recorremos que deu provas passadas quatro noites de violência a calma estava de volta no nosso país - esse dispositivo volta a ser aplicado, mas com um aumento de forças pelo facto de se tratar da festa nacional e de haver inúmeros festejos ao longo do dia".
As regiões de Paris e Lyon e o norte de França são três pontos de alerta máximo. Como todos os anos, o desfile militar é organizado em Paris na avenida dos Campos Elísios.
Este ano são esperados seis mil participantes, uma centena de veículos aéreos e um convidado de honra: a Índia. O primeiro-ministro, Narendra Modi, está em Paris, acompanhado por 300 membros das forças armadas indianas que desfilam esta manhã ao lado dos seus homólogos franceses, em Paris.