O ministro francês dos Negócios Estrangeiros alertou esta segunda-feira para o risco sem precedentes de guerra na Europa. As declarações surgem depois do encontro de líderes europeus em Londres, onde foi debatido o reforço do apoio a Kiev e o fortalecimento da defesa europeia
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O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, declarou esta segunda-feira que "o risco de guerra na Europa nunca foi tão elevado".
Esta declaração surge em resposta a uma escalada de tensões entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, impulsionadas pelas ambições imperialistas da Rússia e pelo prolongamento do conflito na Ucrânia, que já dura há mais de três anos.
O responsável pela diplomacia francesa salientou que a ameaça se tem intensificado ao longo dos últimos 15 anos, aproximando-se progressivamente das fronteiras europeias. Sublinhou a necessidade de a Europa abandonar a inércia e reconhecer a gravidade do momento.
"Nunca o risco de uma guerra no continente europeu, dentro da União Europeia, foi tão elevado, porque há quase 15 anos que a ameaça não pára de se aproximar. A linha de frente não pára de se aproximar. E é por isso que em França, o Presidente da República diz há já 7 anos que devemos reforçar a nossa defesa, para dissuadir a ameaça à qual assistimos hoje, à qual assistimos ontem em Londres. Estamos a assistir ao despertar de toda uma parte dos europeus que recusaram de ver esta realidade", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
As palavras de Jean-Noël Barrot surgem na sequência do encontro de ontem entre líderes europeus, em Londres, onde os aliados da Ucrânia discutiram formas de reforçar o apoio a Kiev e aumentar as suas próprias capacidades militares. Durante a reunião, foi debatida a proposta de uma trégua de um mês, defendida pela França e pelo Reino Unido, como um "pré-requisito" para futuras negociações diplomáticas.
No entanto, o cenário geopolítico continua incerto. Com Moscovo a consolidar a sua posição e os Estados Unidos a reaproximarem-se da Rússia no seguimento da eleição de Donald Trump, a Europa enfrenta um dilema: reforçar as suas defesas e preparar-se para o pior ou continuar a apostar na diplomacia para evitar um confronto direto.
