França em duas frentes: nível máximo de alerta terrorista e combate ao tráfico de droga
O nível máximo de alerta permite ao Governo ter sete militares nas ruas, em vez de cinco mil, para proteger os locais mais frequentados, como centros comerciais e transportes públicos.
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O governo francês está a lutar pela segurança do país em duas frentes: eleva ao máximo o nível de alerta terrorista depois do ataque em Moscovo, e tenta desmantelar redes de tráfico de droga em várias regiões do país.
Após uma primeira semana de operações de grande escala para desmantelar redes de tráfico de droga, o Ministro do Interior Gérald Darmanin anunciou esta manhã o lançamento de várias novas operações. Depois de Marselha, o governo pretende desmantelar as redes de tráfico em Lille e em Dijon.
O ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, considerou não se poder avaliar o estado da situação apenas do ponto de vista dos traficantes: "As pessoas que fumam canábis ao sábado à noite, estão a fumar canábis com sabor a sangue seco da pedra da calçada. Estamos a falar de 50 homicídios voluntários. Gostaria que pensássemos um pouco nisso. Se as pessoas matam, se traficam, é porque há alguns burgueses, algumas pessoas que, de forma totalmente inconsciente, têm o direito de fumar canábis ao sábado à noite."
No primeiro dia da operação em Marselha e Bouches-du-Rhône foram mobilizados cerca de 900 polícias. Três dias depois do lançamento da operação, 71 pessoas foram detidas, foram apreendidos 22 quilos de estupefacientes, o equivalente a mais de 385 mil euros, e foram ainda apreendidas quatro armas.
Estas operações de desmantelamento de tráfico de droga acontecem numa altura em que o Conselho de Segurança presidido por Emmanuel Macron decretou que a França eleva ao máximo o nível de alerta terrorista, depois do ataque terrorista em Moscovo.
Durante o passado fim-de-semana, sistemas de segurança foram pirateados e estabelecimentos de ensino de Lille e de Amiens receberam ameaças terroristas. As famílias dos alunos estão preocupadas.
"Não acontece só aos outros. Houve um atentado em Arras, porque é que não pode acontecer aqui também?", questiona uma encarregada de educação.
As ameaças são sérias e é preciso encontrar soluções, acrescenta outra mãe: "Temos de ser vigilantes, tentar perceber de onde vêm estas ameaças, porque é que nos chegam através de certos meios e tentar encontrar soluções para as bloquear."
Este nível de segurança reforçada permite ao Governo ter sete militares nas ruas, em vez de cinco mil, para proteger os locais mais frequentados, como centros comerciais, transportes públicos, mas também estabelecimentos de ensino alvos de ameaças nos últimos dias.
A ameaça terrorista está mais presente do que nunca em França, a faltarem quatro meses do início dos Jogos Olímpicos de Paris.
